A Fitch reafirmou o rating AAA dos Estados Unidos, mas revisou a perspectiva para a nota de crédito do país de estável para negativa. “O rating soberano dos EUA é apoiado por forças estruturais que incluem o tamanho da economia, alta renda per capita e um ambiente de negócios dinâmico”, diz a agência de classificação de risco. No entanto, a revisão da perspectiva reflete, segundo a Fitch, a “deterioração em curso nas finanças públicas dos EUA e a ausência de um plano de consolidação fiscal credível”.

A agência destaca que os altos déficits fiscais e dívidas já estavam em crescimento antes da crise gerada pela pandemia de covid-19, que aumentou os riscos. “A flexibilidade de financiamento, auxiliada pela intervenção do Federal Reserve para restaurar a liquidez dos mercados financeiros, não dissipa totalmente os riscos à sustentabilidade da dívida a médio prazo”, ressalta a Fitch. A agência espera que dívida pública dos EUA exceda 130% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2021.

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No entanto, de acordo com a premissa de que o Federal Reserve manterá os juros na faixa entre 0% e 0,25% ao ano por algum tempo, a Fitch espera que as taxas de juros reais negativas “ofereçam algum suporte à dinâmica da dívida pública”.