A Fitch avalia que não está claro quanto progresso em matéria de reformas estruturais o governo brasileiro poderá fazer antes das eleições do ano que vem. Segundo a agência de classificação de risco, que reafirmou o rating BB- do Brasil nesta quinta-feira, com perspectiva negativa, a “janela de oportunidade” para aprovar as reformas pode se fechar no início de 2022.

Em nota, a Fitch destaca que uma proposta para simplificar o “complexo” sistema tributário brasileiro e a reforma administrativa para conter os custos da folha de pagamento no médio prazo foram apresentadas ao Congresso. No entanto, a dúvida em relação à tramitação dessas matérias, na visão da agência, vem dos lobbies investidos e da incerteza relacionada à pandemia de covid-19, que pode ocupar a agenda do legislativo.

Ao dizer que o Brasil retomou a agenda de reformas econômicas em 2021, a Fitch menciona a aprovação da lei que garante autonomia ao Banco Central, a atualização dos marcos regulatórios para os setores de saneamento e gás, além da PEC emergencial.

Ainda na avaliação da agência, políticas macroeconômicas restritivas e incertezas relacionadas à corrida eleitoral de 2022 podem pesar sobre o investimento e o crescimento do Brasil no próximo ano.