Os dados mais positivos de tráfego nas rodovias pedagiadas do País observados ao longo dos últimos meses ainda não foram suficientes para reverter a tendência negativa do segmento, na avaliação da Fitch Ratings. Segundo a analista Alessandra Braga, a tendência para o setor continua negativa e podem ocorrer outros downgrades caso não haja retomada do tráfego.

Ela ponderou, no entanto, que a expectativa da agência de avaliação de risco é de retomada do tráfego nas rodovias no curto a médio prazos.

A analista Isabella Magalhães lembrou que o setor já tem dado sinais de melhora desde o segundo trimestre, quando o volume de veículos leves voltou a crescer, embora no segmento de veículos pesados a queda tenha persistido. Já no terceiro trimestre, os dois segmentos passaram a crescer, movimento que se repetiu em outubro. “A Fitch entende que precisa esperar um pouco para ter certeza de que esse crescimento é sustentável, mas é um bom começo”, disse.

Ela lembrou que muitas concessionárias de rodovias foram penalizadas nos últimos anos em sua capacidade financeira e de crédito justamente por conta da queda do tráfego, agravada pela dificuldade de reestruturação das dívidas e de liquidez.

Isabella salientou, no entanto, que, além de primeiros sinais positivos do tráfego, há sinais positivos também vindos de Brasília, com a melhora dos modelos de concessão para os novos projetos, a possibilidade de devolução amigável da concessão e uma abertura a renegociação dos contratos de concessão, permitindo o reescalonamento dos investimentos, o que pode favorecer as concessionárias no curto prazo.