Quanto mais o coronavírus circula, maior a chance de ocorrer uma mutação genética e o aparecimento de novas variantes que podem prolongar e agravar a pandemia causada pelo novo coronavírus. Um estudo de pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de Campinas (Unicamp) simula o processo de replicação do vírus para compreender suas variações.

Publicada na revista científica Plos One , a investigação ressalta a importância da vacinação como estratégia coletiva para diminuir o surgimento de novas cepas. O estudo também aponta que locais onde grupos se negam a vacinar, a chance de surgimento de novas variantes aumenta e faz um alerta: caso a vacinação não avance, outros picos da pandemia podem acontecer.

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Para realizar uma simulação de evolução do coronavírus durante a pandemia, o estudo incluiu a descrição do RNA do coronavírus para buscar a diferença na composição genética entre o vírus original e as variantes em circulação. Isso permitiria saber como uma nova cepa pode se comportar em relação aos anticorpos produzidos a partir da vacina ou de uma antiga infecção.

Para isso, o estudo vale-se de complicadas fórmulas matemáticas que levam em consideração 29.900 bases nitrogenadas presentes no RNA do coronavírus, além de uma taxa de mutação de 0,001 por base por ano. Assim, é possível comparar as diferenças das variantes com o vírus original e mapear alterações ocorridas sem a necessidade de uma ampla variedade de dados genéticos, explica Marcus de Aguiar, coordenador do estudo, ao jornal Folha de S. Paulo.