SÃO PAULO (Reuters) – O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical) anunciou que os profissionais do setor iniciaram greve de dois dias a partir desta terça-feira, devido à insatisfação com o governo diante da necessidade de reestruturação da carreira.

Representantes dos setores exportadores de grãos e carnes, além de auditores que monitoram as importações na fronteira do Paraná, disseram à Reuters que as operações não foram afetadas pela paralisação até o momento.

“Mesmo em greve, haverá ritmo normal de trabalho para as atividades que podem afetar diretamente o cidadão, como a liberação de cargas perecíveis e de animais domésticos para viagens”, disse o sindicato.

A greve também não afetará a realização de diagnóstico de doenças e pragas, evitando comprometer programas como de prevenção à febre aftosa, à peste suína africana (PSA) e a outras doenças que poderiam colocar em risco políticas sanitárias do setor agropecuário.

Segundo comunicado, os fiscais passam por perdas inflacionárias e defasagem salarial de cinco anos. Também reivindicam concurso público para suprir a demanda por mais 1.620 auditores fiscais federais agropecuários (affas).

Além das reivindicações para os trabalhadores, o sindicato disse que vem tentando ampliar o debate sobre o projeto de lei do autocontrole (PL 1.293/2021), que terceiriza a auditoria e a fiscalização, atividades típicas de Estado.

O sindicato ainda disse que divulgará os novos rumos da mobilização, conforme definição em votação interna.

Procurada, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) informou por meio da assessoria de imprensa que não tinha informações a respeito de eventuais impactos negativos causados pela greve. A assessoria da entidade que representa frigoríficos Abrafrigo afirmou que não houve prejuízo operacional até o momento.

A Delegacia Sindical do Paraná, que representa os auditores fiscais federais agropecuários que atuam no Estado, disse que os caminhões estão passando pela fronteira com o Paraguai normalmente.

O Ministério da Agricultura não respondeu de imediato a um pedido de comentários.

(Por Nayara Figueiredo)

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