O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve ser majorado em até 0,18 ponto porcentual em razão dos recentes reajustes promovidos para as tarifas de gás e de água e esgoto recentemente. Segundo cálculos do analista técnico da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Marcelo Pereira, o aumento estimado pela Petrobras de 5,1% para gás de cozinha deve ter impacto de 0,06 ponto porcentual no IPC de 2017.

“Vamos ver se as coletas vão captar todo o aumento. Imaginamos que não deve ser total. É natural ficar um pouco menos”, afirma Pereira.

Já a alta de 7,88% nas tarifas de água e esgoto da Sabesp deve elevar o IPC em 0,12 ponto porcentual, sendo a grande parte da alta esperada para o dado de dezembro. “Deve ficar 0,01 ponto para o IPC de janeiro”, diz.

A despeito dos reajustes, a Fipe ainda não fez alteração na projeção para o indicador fechado deste ano. Porém, modificou marginalmente a expectativa para o IPC fechado de outubro passou de 0,26% para 0,27%. “Fizemos alguns ajustes nas estimativas para o grupo Alimentação e, por causa de energia, alteramos a projeção para Habitação”, explica.

Na primeira leitura deste mês, o IPC acelerou o ritmo de alta para 0,10%, na comparação com 0,02% no fim de setembro. “O dado veio como esperávamos, mostrando que a queda do grupo Alimentação deve ter sido a última. Daqui para frente, já esperamos alta”, diz.

A expectativa da Fipe é que o conjunto de preços de alimentos atinja 0,17% na segunda quadrissemana do mês, vá a 0,32% na seguinte e encerre outubro em 0,49%. Na primeira quadrissemana, a taxa negativa fora de 0,30%. “A alta do grupo deve ser impulsionada principalmente pelos alimentos in natura, que tende a começar a recuperar as quedas passadas”, estima.

Na primeira quadrissemana de outubro, o segmento dos alimentos in natura teve recuo de 0,16%, sendo bem menos intenso que o de 1,99% visto no fim de setembro. O cenário de quedas menos expressivas também pode ser notados nos demais subgrupos entre o encerramento do mês passado e o início de outubro.

A categoria de alimentos semielaborados passou de declínio de 0,44% para -0,18%, enquanto a de industrializados saiu de retração de 1,00% para -0,66%. Até mesmos alimentação fora do domicilio mostrou uma taxa positiva menor, de 0,17%, na comparação com 0,28% no fim de setembro.