A taxa de inflação na capital paulista deve manter em setembro um ritmo de alta similar ao de agosto (0,33%), conforme a projeção da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para o Índice de Preços ao Consumidor. Segundo o economista da instituição Moacir Yabiku, a previsão é de avanço de 0,30% no nono mês do ano. Em junho, o aumento havia sido de 0,14%, enquanto na terceira quadrissemana de agosto, de 0,28%.

Yabiku afirma que Habitação deve ser um destaque de desaceleração em virtude do fim dos efeitos da bandeira vermelha 1 na conta de luz. O grupo subiu 0,89% em agosto e a projeção da Fipe para setembro é de 0,50%.

A energia, por sua vez, subiu de 6,0% na terceira quadrissemana para 6,34% no fechamento do mês, com impacto de 0,22 ponto porcentual sobre o índice, ou 65%. A expectativa para setembro é de alívio para 3,86%.

Alimentação também deve desacelerar de 0,17% no oitavo mês para 0,10% este mês, com influência, segundo Yabiku, de legumes, como mostra tomate (-10,75% para -16,68%), que na ponta já aponta queda de 25%.

Por outro lado, Transportes deve avançar de 0,27% para 0,35%, por efeito de combustíveis, principalmente de etanol, já que a gasolina deve ficar estável.

O biocombustível passou de 1,16% na terceira quadrissemana para 1,95% no fechamento do mês, e a ponta mostra alta de 2,67%, enquanto a gasolina passou de -0,76% para -0,31%, e a ponta está em 0,16%. “Mas com o câmbio fica a dúvida, tem de saber se esse nível do dólar vai ser mantido ou se é temporário”, pondera.

Despesas Diversas deve abandonar a deflação de 0,19% de agosto e subir X em setembro, segundo a Fipe. Nesse grupo, a principal influência é de viagens (-3,94% para -1,18%), que deve voltar a subir, como mostra a ponta de alta de 2,05%.

Carnes

Yabiku destaca no fechamento de agosto que a divergência entre as variações de carnes consideradas “de primeira” e “de segunda” indicam que o consumidor tem privilegiado os itens com preços mais baratos em meio à fragilidade econômica e de renda.

Em 12 meses, há queda em contra filé (-1,00%), no filé mignon (-3,52%) e na picanha (-8,34%), que custam de R$ 30 a R$ 40, em média, enquanto é verificado aumento em acém (8,01%), músculo (3,90%), e fígado (13,0%), que custam de R$ 13 a R$ 19, em média.

“Nos produtos mais baratos, há mais procura, e o comerciante consegue aumentar mais os preços”, diz Yabiku.