Os preços dos Medicamentos para Hospitais (IPM-H) sofreram em março um reajuste de 1,72% após terem recuado 0,23% em fevereiro. O resultado no último mês foi impulsionado pelos avanços observados nos preços médios em 8 dos 12 grupos de medicamentos, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), responsável pelo cálculo do indicador.

Os destaques de altas foram os medicamentos para o Sistema Nervoso, com aumento de 10,50%; Aparelho Digestivo e Metabolismo, 6,10%; Aparelho Respiratório, 3,13% e Preparados hormonais Sistêmicos, 2,46%. Também compõem a lista das maiores elevações os medicamentos para Aparelho Cardiovascular, 2,13%, entre outros.

Comparativamente, a variação do IPM-H superou o comportamento do IPCA/IBGE, que em março registrou uma alta de 0,93%, mas não a inflação calculada pelo IGP-M, da Fundação Getulio Vargas (FGV), que teve variação positiva de 2,94% no mesmo mês. Além disso, a variação do índice foi inferior ao comportamento da taxa média de câmbio, com alta de 4,24%. De janeiro a março, o IPM-H acumulou uma alta de 2,83% enquanto nos últimos 12 meses encerrados também em março, a alta registrada no preço médio dos medicamentos adquiridos por hospitais atingiu 12,97%.

Nesse recorte temporal ampliado, os grupos que mais contribuíram para o aumento do IPM-H foram: Aparelho Digestivo e Metabolismo, 72,40%; Sistema Nervoso, 67,91%; Aparelho Cardiovascular, 52,77% e Sistema Musculesquelético, 26,84%.

Já os grupos com as menores variações incluíram Anti-Infecciosos Gerais para uso Sistêmico, com queda de 9,03%; Medicamentos Atuantes no Aparelho Geniturinário, com alta de 3,48%; Agentes Antineoplásicos Quimioterápicos, com aumento de 3,56%; Imunoterápicos, Vacinas e Antialérgicos, 3,57% mais caros; Sangue e Órgãos Hematopoiéticos, com aumento de 6,29%; Órgãos Sensitivos, com alta de 6,68%; Aparelho Respiratório, 8,80% e Preparados Hormonais Sistêmicos; 12,65%.

Cabe notar, afirmam os técnicos da Fipe, que dentre as principais altas estão medicamentos utilizados em casos graves de covid-19, incluindo norepinefrina (terapia cardíaca e suporte vital), fentalina (analgésico), propofol (anestésico), midazolam (hipnótico/sedativo/tranquilizante), omeprazol e pantoprazol (antiácidos utilizados no tratamento de dispepsia/úlcera gástrica e outros distúrbios gastrointestinais).

O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) é resultado de uma parceria entre a Fipe e a Bionexo, com o objetivo de disponibilizar informações inéditas e de grande interesse público relacionadas à área de saúde, com foco no comportamento de preços de medicamentos transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro.

O índice é elaborado com base em dados de transações realizadas através da plataforma Bionexo entre janeiro de 2015 e março de 2021.