A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Margareth Dalcolmo, disse nesta segunda-feira (4) que o Itamaraty precisa entrar na negociação com a Índia para garantir a entrega dos 2 milhões de doses da vacina que estavam contratadas pela Fiocruz.

Nesta segunda-feira, a Índia anunciou que não permitirá a exportação de doses da vacina nos próximos meses. O imunizante produzido no país foi desenvolvido pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford e é a principal aposta do governo brasileiro para a vacinação contra o novo coronovírus.

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Em entrevista à GloboNews, a pesquisadora reconheceu que o número de doses que seriam importadas neste primeiro momento, 2 milhões de unidades, é irrisório diante da população brasileira. No entanto, seria o início da campanha de vacinação no País, o que se torna bastante representativo.

Além disso, Fiocruz terá a própria produção, já que tem parceria com Oxford/AstraZeneca para a fabricação da vacina por aqui. A expectativa da Fiocruz era de c0meçar a vacinação ainda em janeiro, mas a decisão da Índia pode prorrogar este prazo.

Margareth disse ainda que não é admissível que a vacina da Pfizer não possa ser usada no Brasil. Ela afirmou que entidades públicas e privadas, especialmente nos grandes centros, têm condições de armazenar o medicamento na temperatura indicada pelo fabricante (-70º).

Sugere que essa vacina seja usada nas regiões metropolitanas e as opções dos outros laboratórios, que não precisam de temperatura tão baixa, fosse destinada para regiões que não têm condições logística para receber esse imunizante. “Não é admissível que a vacina da Pfizer não tenha sido negociada previamente e que não possa ser usada no Brasil”, disse.