Alvo das atenções no mercado de capitais, as fintechs brasileiras foram do céu ao inferno. A Stone e a PagSeguro, que agitaram o setor de pagamentos nos últimos anos, agora enfrentam a desconfiança dos investidores no Brasil e nos Estados Unidos. Os resultados no terceiro trimestre desanimaram os analistas. O lucro líquido ajustado da Stone foi de R$ 132,7 milhões, 53,9% menor que no mesmo período do ano passado e abaixo das expectativas. O resultado ruim levou as ações a uma queda de 30%, ampliando a desvalorização anual para 75%. No caso da PagSeguro, os analistas avaliam que a empresa terá maior necessidade de capital de giro no ano que vem. Ela terá de destinar recursos para financiar o negócio de pré-pagamentos. Isso, somado à alta dos juros, e investimentos no PagBank para sustentar o crescimento futuro, devem consumir mais dinheiro. Por isso, vários analistas já reduziram as recomendações. E esse horizonte nebuloso pode aumentar as dificuldades do Nubank, que agendou sua abertura de capital em Wall Street para dezembro.

BANCOS
Cade aprova compra do Digio pelo Bradesco

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições na quarta-feira (24) a compra do Banco Digio pelo Bradesco. Antes da aquisição, o controle era dividido com o Banco do Brasil. A participação de 49,99% do BB foi adquirida em outubro por R$ 625 milhões. O banco digital tem cerca de 2 milhões de cartões de crédito e oferece contas e crédito pessoal a seus clientes. Sua carteira de crédito é da ordem de R$ 2,5 bilhões. Para o BB, o impacto estimado no resultado é de aproximadamente R$ 175 milhões via equivalência patrimonial, e não há efeito material no capital.

SAÚDE
Mater Dei busca mais aquisições neste ano

Após anunciar a aquisição de 99,6% do Hospital Santa Genoveva e 100% do Centro de Tomografia Computadorizada Uberlândia, no domingo (21), a Rede Mater Dei de saúde continuará indo às compras. Segundo o presidente da companhia, Henrique Salvador, as próximas aquisições serão em regiões onde a companhia mantém hubs como Belém, Belo Horizonte, Salvador e Uberlândia. A Mater Dei espera concluir ao menos mais uma operação até o fim do ano. Para isso, pretende usar os R$ 150 milhões que possui em caixa, remanescentes da abertura de capital realizada no início deste ano e dos resultados do próprio negócio.

DESTAQUE NO PREGÃO
Petz divulga preço da oferta

Istock

A Petz declarou que sua oferta subsequente de ações (follow-on) foi precificada a R$ 19 por ação. Assim, o aumento de capital será de R$ 779 milhões, com a emissão de 41 milhões de novas ações ordinárias. A oferta saiu com um desconto de 2,8% em relação aos R$ 19,55 do fechamento do dia 18 de novembro. A demanda superou a oferta em quatro vezes. Segundo a companhia, todos os recursos captados vão para o caixa e serão usados na aceleração da abertura de lojas e de hospitais veterinários, no desenvolvimento da plataforma digital, tecnologia e logística e em novos negócios. Segundo a Petz, as reservas devem ser consumidas em até dois anos.

TELEFONIA
KKR quer a dona da TIM

A Telecom Italia, controladora da TIM Brasil, recebeu uma oferta de US$ 12,2 bilhões da gestora private equity americana KKR. O valor representa um prêmio de 45% sobre as cotações da empresa. Com outras sócias, a KKR comprou a operadora espanhola Mas Movil, por 5 bilhões de euros. Outras gestoras como a CVC Capital Partners e a Advent também estão interessadas, mostrando o apetite crescente do private equity pelas teles. Os fundos desmembram as companhias para melhorar o desempenho e elevar seu valor.

QUEM NÃO VEM MAIS LÁ
Sem IPO, Madero recorre ao Carlyle

O grupo Madero desistiu do IPO e, para fazer frente às dívidas, negociou um aporte de R$ 300 milhões da gestora de private equity Carlyle Group. Com 27% de participação na rede de restaurantes fundada por Junior Durski, o Carlyle vai adquirir mais de 2,4 milhões de ações ordinárias. Mas Durski manterá o controle. O Madero inaugurou 27 restaurantes em 2021. No terceiro trimestre o grupo faturou R$ 310 milhões, alta de 65% ante o mesmo período de 2020, e o prejuízo encolheu de R$ 137 milhões para R$ 25 milhões.