Apesar de um forte aumento de casos de coronavírus na Nigéria, o país mais populoso da África, a maioria dos 20 milhões de habitantes de Lagos, sua capital econômica, se declararam “aliviados” de poder voltar ao trabalho após cinco semanas de confinamento rígido.

No bairro de negócios de Victoria Island, as pessoas foram até os bancos para sacar dinheiro e retomar suas atividades econômicas.

Todos os comércios voltaram a abrir e os estacionamentos estavam cheios, constataram jornalistas da AFP.

“Acabamos de passar um mês de fome e dor. Agora posso voltar a ganhar dinheiro e alimentar minha família” comentou Ganiyu Ayinla, ao convidar os passageiros para subir em seu “Danfo”, como são chamados os micro-ônibus amarelos de Lagos.

Policiais foram mobilizados em toda a cidade para tentar sensibilizar a multidão sobre os gestos de proteção e as regras contra o vírus adotadas pelo Estado de Lagos.

“Autorizamos somente passageiros com máscaras” explicou um policial à AFP. “A capacidade dos ônibus não deve exceder 60%, e podem circular apenas os motoristas que podem distribuir água, sabão ou álcool em gel”, explica.

Mas a tarefa é imensa nesta megalópole e as forças de segurança não serão grandes o suficiente para fazer cumprir os princípios de distanciamento de pelo menos 1,5 metro imposto pelas autoridades.

Muitos se preocupam com este desconfinamento na maioria dos estados da Nigéria, mas diante da pressão social – em um país de 200 milhões de pessoas, onde 80 milhões vivem abaixo do limite da extrema pobreza – o governo federal decidiu facilitar as medidas, e impor um toque de recolher das 19h00 às 6h00 da manhã.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou os governos da África Subsaariana contra a tentação do desconfinamento, encorajada pelo fato de que grande parte de suas populações dependem do setor informal para sobreviver.