Márcio Lobão é figura conhecida no meio das artes do Rio. Sua coleção inclui obras de artistas contemporâneos dos mais valorizados do Brasil, como Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, além do modernista Volpi (1896-1988). O filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA) que teria recebido propina pela obra da Usina de Belo Monte, conforme delações feitas à Lava Jato, apurou seu gosto pela arte brasileira com o sogro, o advogado Sergio Fadel.

Anteontem, a Polícia Federal localizou a coleção de Lobão, alvo da Operação Leviatã. O número de itens divulgado foi de 1,2 mil, mas galeristas consideram esse montante equivocado – ele não teria tantas obras assim. A defesa de Lobão diz que ele não praticou ato ilícito, ressalvando que não teve acesso “aos fundados do mandado de busca”.

Negociador

Presidente da Brasilcap, empresa do grupo Banco do Brasil, Lobão é descrito como um bom negociador de arte, contaram ao Estado galeristas que atendem a elite carioca. “Acha tudo caríssimo, como se o dinheiro dele fosse muito suado, difícil de ganhar. É muito vaidoso”, disse um profissional.

Lobão é visto em leilões e exposições, e escolhe o que comprar com base no gosto pessoal, contou outro. Curadores já pediram obras emprestadas para exposições.

“Ele formou uma coleção importante de arte contemporânea. É eclética, o que é comum entre colecionadores jovens. Não tem muitas peças do mesmo artista, mas reúne coisas interessantes. Circula no meio sempre com a mulher, muito sofisticada”, contou um amigo da família.

O casamento com a advogada Marta Martins Fadel Lobão, em 2001, foi suntuoso, e atraiu políticos como o então presidente do STF, ministro Marco Aurélio Mello, e o então vice-presidente da República, Marco Maciel, um dos padrinhos. A cerimônia foi na Igreja da Candelária e a festa, no Forte de Copacabana. Marta ganhou de presente um cargo no gabinete do sogro, no Senado.

O Estado tentou contato com Lobão, mulher e sogros, mas não obteve resposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.