João Campos, 24, filho mais velho do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos – morto em 2014, foi o candidato a deputado federal mais bem votado da história do Estado. Com 460.387 votos, o herdeiro natural do “eduardismo” superou os recordes da avó Ana Arraes, que em 2010 teve 387 mil votos, e do bisavô Miguel Arraes, que em 1990 conquistou 340 mil votos.

A eleição de João marca a conclusão de um ciclo que começou efetivamente em agosto de 2014, quando durante a campanha eleitoral seu pai, candidato à Presidência da República, morreu em um acidente aéreo em Santos (SP). Depois da tragédia, o até então estudante assumiu o lugar que o PSB queria que fosse ocupado pela mãe, Renata Campos, que preferiu permanecer nos bastidores, e começou a participar de atos políticos e a proferir discursos sempre repetindo frases conhecidas do pai.

Em 2016, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), deu a João o cargo de chefe de gabinete do governo. Na nova função, o jovem começou a construir alianças e a pavimentar o seu caminho até Brasília, acompanhando Câmara em reuniões estratégicas e agendas políticas em todo o Estado.

Com estrutura de candidato a cargo majoritário que custou pouco mais de R$ 1,5 milhão, João estreou na disputa eleitoral com apoio de prefeitos e ex-prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, e de toda a estrutura do governo pernambucano há 12 anos administrado pelo partido da sua família.

“Toda essa confiança só pode ser retribuída com trabalho e muita responsabilidade. Dizer a cada pernambucano que vamos honrar cada voto e trabalhar muito pelo nosso Estado”, disse João em sua primeira entrevista coletiva à imprensa, neste domingo, 7.

Inexperiente, o engenheiro civil de formação responde de maneira genérica quando questionado sobre como pretende atuar na Câmara Federal: “acho que o deputado federal tem que estar pronto para discutir ou debater qualquer pauta nacional”. O jovem parlamentar, no entanto, disse que pretende centrar seu primeiro mandato na educação, geração de emprego, na defesa da política e dos recursos hídricos.