O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avaliou que o corte de um ponto porcentual da taxa Selic, anunciado nesta noite de quarta-feira, 6, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, poderia ter sido maior. “Mais uma vez o Banco Central cortou em apenas um ponto porcentual a taxa básica de juros, que foi para 8,25%. Com previsão de inflação de 3,31% no fim deste ano, sem dúvida há espaço para cortes mais incisivos da Selic”, afirmou Skaf em nota.

Segundo ele, o Brasil tem pressa para retomar um crescimento mais vigoroso, já que, por enquanto, a recuperação se mostra “ainda muito lenta”. “Os 13 milhões de brasileiros desempregados não podem esperar mais. Está na queda mais rápida da Selic a chave para acelerar o crescimento e a retomada do emprego”, afirmou o presidente da Fiesp.

Firjan

A decisão do Copom é “coerente com o cenário econômico”, afirma o Sistema Firjan, que reúne as indústrias do Estado do Rio de Janeiro. “A inflação atual e a projetada para 2018 estão abaixo da meta estabelecida”, ressalta comunicado da instituição divulgado logo após a reunião.

A Firjan destaca que, apesar da recuperação da economia, a indústria trabalha ainda com muita capacidade ociosa e o desemprego é alto. “O grande desafio do Brasil é justamente voltar a crescer com inflação e juros baixos e isso só será possível com o equilíbrio das contas públicas”, destaca o texto, defendendo a necessidade de o Congresso avançar com a reforma da Previdência.

CNI

O Banco Central acertou em manter a trajetória de queda da taxa de juros Selic, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em nota após anúncio da decisão do Copom, a entidade avalia que o corte foi possível em função da baixa inflação corrente e das perspectivas favoráveis de inflação para os próximos anos.

“A redução dos juros é essencial para a recuperação das condições financeiras, tanto das empresas quanto dos consumidores, e para impulsionar a retomada da economia”, afirma na nota o presidente da CNI, Robson Andrade.

Andrade faz um alerta de que, para a sustentabilidade da Selic em patamar reduzido, são necessários avanços concretos em propostas, como a reforma da Previdência. “Esses avanços vão possibilitar a retomada do equilíbrio fiscal de forma a permitir a concretização de uma trajetória sustentável da dívida pública”, afirma.