São Paulo, 30/10 – O Índice de Confiança do Agronegócio (IC-Agro) voltou a subir no terceiro trimestre, 3,8 pontos, para 115,1 pontos, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), responsáveis pelo índice. É o quarto trimestre consecutivo em que o indicador supera os 110 pontos. Conforme a metodologia do estudo, os resultados indicam otimismo quando ficam acima de 100 pontos. “Pesaram para isso o ressurgimento de boas expectativas para a economia brasileira e fatores diretamente associados ao agronegócio, como o aumento nos preços das commodities, impulsionado pelo câmbio, e as melhores condições de crédito”, disse, em nota, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

A confiança das indústrias ligadas ao agronegócio chegou a 118,7 pontos, alta de 6,0 pontos em relação ao trimestre anterior. “O maior aumento ocorreu entre as empresas situadas no pós-porteira, que praticamente igualaram o nível de otimismo que já era demonstrado pela indústria antes da porteira no trimestre anterior”, destacou a Fiesp. Na indústria antes da porteira (insumos agropecuários), a confiança das empresas subiu 0,8 ponto, para 119,2 pontos. “O otimismo nesse segmento da indústria foi alimentado pelo comportamento do mercado de insumos – especialmente de fertilizantes – que avançou de julho a setembro, recuperando-se de uma certa letargia nas negociações ao longo do trimestre anterior.”

De acordo com o estudo, dentre todos os segmentos pesquisados, o das empresas do agronegócio situadas depois da porteira foi o que apresentou o maior aumento no nível de otimismo no 3º trimestre do ano. Sua confiança chegou a 118,4 pontos, alta de 8,3 pontos. “Houve melhora na percepção dos executivos dessas indústrias com relação às condições gerais da economia brasileira. No momento em que as entrevistas para o estudo foram realizadas, esperava-se a aprovação da reforma da Previdência no Senado e se acreditava em avanços na reforma tributária ainda neste ano”, descreveu a Fiesp. A entidade também citou o crescimento das exportações de café e grãos de janeiro a setembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior, além das carnes.

A confiança dos produtores agropecuários avançou 0,7 ponto, a 110,2 pontos. “O otimismo no âmbito dos produtores agrícolas, que cresceu 0,5 ponto no 3º trimestre do ano, para 112,2 pontos, veio de várias frentes. A disponibilidade de crédito rural, por exemplo, aumentou”, ressaltou a federação. O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, citou ainda o aumento dos preços dos grãos, sustentados principalmente pela taxa de câmbio. “A relação de troca entre a produção e o pacote de insumos melhorou do ponto de vista dos produtores, o que refletiu em mais otimismo com relação aos custos. As cotações internacionais dos principais fertilizantes demonstraram tendência de queda, o que cria expectativas favoráveis para os agricultores”, complementou.

Entre os pecuaristas, o índice de otimismo é de 104,3 pontos. “A faixa de confiança se mantém por quatro trimestre consecutivos, sequência inédita na série histórica para o segmento, que era notadamente pessimista até o final do ano passado.”