O executivo Francisco Costa Neto, CEO da Aviva, grupo que detém os complexos turísticos Rio Quente Resorts, em Goiás, e Costa do Sauípe, na Bahia, está conhecendo, durante a pandemia da Covid-19, um novo significado para a expressão fidelidade. Com todos os seus hotéis fechados e queda de 100% no faturamento, a Aviva está conseguindo remarcar 96% das reservas já efetivadas pelos membros do clube de férias da companhia, o Aviva Vacation Club. Com isso, a empresa tem evitado desfalcar o caixa com reembolsos em meio a paralisia da economia. A divisão, segundo Costa Neto, representa cerca de 50% das receitas do grupo. Já as remarcações de reservas totais estão na ordem de 80%. “O clube de férias está ajudando a todo o setor a ter mais resiliência nessa crise”, afirma Costa Neto. “Dificilmente alguma empresa do setor do turismo vai ter lucro neste ano, mas cada companhia terá de encontrar alguma ferramenta para reduzir o impacto da queda de receita.” No ano passado, a Aviva registrou faturamento de R$ 997 milhões, alta de 16% sobre os R$ 856 milhões de 2018. O primeiro bilhão, antes previsto para 2020, deverá acontecer só em 2021. Na avaliação do CEO, o mercado deve iniciar uma trajetória de recuperação no segundo trimestre. “Há um represamento das reservas que tende a começar a melhorar nos próximos meses”, diz. Internamente, Costa Neto colocou em operação um complexo plano de ajustes na operação para se manter em pé durante a pandemia: congelou investimentos, ajustou prazos e taxas com bancos, renegociou contratos com 1,5 mil fornecedores e treinou funcionários para a adoção de novos protocolos de atendimento. “Embora sejamos pouco alavancados, ajustamos o que foi possível para preservar a saúde financeira no período de isolamento. Nós, empresários do setor do turismo, estávamos na praia quando o tsunami chegou.”

(Nota publicada na edição 1167 da Revista Dinheiro)