Após a forte queda em maio, a atividade econômica se recuperou em junho, o suficiente, conforme mostram os dados até aqui, para o Produto Interno Bruto (PIB) crescer 0,3% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano, no cenário traçado por Claudio Considera, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Mais cedo, a FGV informou, pelo Monitor do PIB, que a atividade retraiu 1,5% em maio ante abril.

“O baque da greve no mês de maio fez com que todos os analistas ficassem muito pessimistas com o resto da economia, mas alguns números já mostram que está começando a haver um retorno. A confiança do consumidor já aumentou em julho. Em junho, parece que a indústria vai devolver um pouco do que perdeu em maio”, afirmou Considera, coordenador do Monitor do PIB da FGV.

Mesmo com a recuperação em junho, o segundo trimestre ficará marcado por uma irregularidade na atividade econômica. Considera lembrou que a greve de caminhoneiros seguiu tendo efeitos em junho. Em algumas atividades, especialmente na pecuária, algumas perdas podem ter sido permanentes, como no caso de matrizes para a criação de aves. O saldo final deve ser o crescimento de 0,3% em relação ao primeiro trimestre.

A projeção do Ibre/FGV para o PIB de 2018 é de crescimento de 1,7%. Segundo Considera, essa alta é um “piso”. O maior risco para o cenário de atividade econômica daqui até o fim do ano é o processo eleitoral. “É o risco de se eleger um populista e os empresários pararem de investir, ou seja, se houver a perspectiva de que será eleito um candidato que vai continuar gastando, não vai fazer ajuste, não vai fazer reformas”, afirmou Considera.