Em 23 sessões, o Festival Finos Filmes leva à capital paulista curtas-metragens brasileiros, alemães, poloneses e finlandeses. As dez produções brasileiras foram selecionadas entre mais de 300 inscritos. São filmes que têm tido destaque em festivais no país e no exterior. A programação começa na quinta-feira (23) e vai até terça-feira (28).

Os curtas nacionais foram agrupados em sessões por afinidade temática. Segundo o curador Felipe Poroger, foram escolhidos assuntos que se repetem nas produções enviadas para esta sexta edição do festival.

O paranaense “Ainda Ontem”, dirigido por Jessica Candal, é uma das produções que, de acordo com Poroger, fala sobre música e resistência. A trama é sobre um jovem que enfrenta um dilema entre dar prioridade ao vestibular ou a carreira como cantor amador de rap. “Coloca muito a questão da desesperança dos jovens em relação ao futuro dentro daquele contexto”, destaca o curador.

Dentro do mesmo eixo está o pernambucano “Reforma”, de Fábio Leal, que apresenta um jovem insatisfeito com o próprio corpo. Para o curador, a produção traz as marcas do cinema que tem sido feito em Pernambuco nos últimos anos. “Eu sinto que é um cinema que além de estar preocupado com esse tipo de questionamento, de como o sujeito lida com essas opressões da sociedade, é um filme muito ancorado em silêncios, em uma câmera que dá muito espaço para o personagem reverbera dentro dos dilemas dele”, disse.

Ganhador de três premiações no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, “Entre Parentes”, de Tiago de Aragão, acompanha a mobilização indígena durante o Acampamento Terra Livre, em abril de 2017. Ele divide espaço na temática sobre os povos originários junto com Um Filme Para Ehuana, dirigido por Louise Botkay.

O Órfão”, que foi premiado em Cannes no ano passado, compõe a sessão sobre identidade e gênero. O curta de Carolina Marcowicz conta a história de um garoto que é rejeitado durante o processo de adoção por ser considerado afeminado.

Internacionais

Serão exibidos ainda 14 filmes alemães, alguns premiados outros recém-lançados. Entre eles “Umbra”, de Florian Fischer e Johannes Krell, que ganhou o prêmio máximo para curtas-metragens no Festival de Berlim. Fischer virá para o festival para uma aula magna. Os trabalhos exploram os silêncios do alemão e tratam da relação da humanidade com a natureza.

O Espaço Protegido”, exibido em mais de 100 festivais, da também alemã Zora Rux, é outro curta que compõe a mostra. A diretora também dará uma aula magna como parte da programação.

O festival traz ainda cinco curtas finlandeses e cinco produções polonesas com repercussão internacional.

As exibições acontecerão no Museu da Imagem e do Som (MIS), na Matilha Cultural, na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e no Cine Petra Belas Artes, espaços localizados na região central e zona oeste paulistana,

A programação pode ser vista na página https://www.finosfilmes.com.br/copia-sinopses.