Por Cooper Inveen

SAINT LOUIS (Reuters) – Em uma pequena ilha onde o Rio Senegal se encontra com o mar, centena de fãs de jazz mascarados ouviam a vocalista franco-senegalesa Awa Ly cantar um blues para tempos incertos.

“Um dia você tocou o céu e desceu”, cantou ela. “Use seus sentidos internos e você entenderá, como um sonho de que não consegue lembrar.”

No ano passado, a Covid-19 impediu o festival de jazz de Saint Louis pela primeira vez em 29 anos. Neste ano ele voltou, trazendo um sopro de vida mais que necessário à ilha de Saint Louis, um Patrimônio Mundial da Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (Unesco) famoso por sua arquitetura colonial e casas de tons pastéis.

Ritmos africanos, funk, gospel e blues podiam ser ouvidos ao longos das ruas estreitas no último final de semana, emanando de restaurantes, bares e hotéis até de manhã cedo.

“Fiquei aliviada, e todos os outros ficaram aliviados também”, disse Ly após a apresentação. “Foi uma energia linda, uma vibração linda e um elo lindo entre o palco e o público”.

Saint Louis, localizada no norte do Senegal, foi poupada dos piores impactos da Covid-19, mas um declínio no turismo e uma retração econômica deixam os moradores famintos por um ânimo que só seu maior evento anual poderia proporcionar.

Alardeado como o maior festival de jazz da África, ele sofre com a queda de público desde os dias em que contava com atrações principais como o pianista norte-americano Herbie Hancock, que se apresentou ali em 1996.

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