Qual o perfil de sua gestora?
Somos uma gestora independente com 20 anos de trajetória. A Trópico foi fundada em 2002, como Orbe Investimentos. Hoje, temos cerca de R$ 1 bilhão sob gestão, dividido em fundos locais e offshore. Temos dois fundos multimercados de baixo risco e volatilidade, um deles fechado a novas captações. Mas já estamos desenvolvendo outro fundo semelhante, mas com meta de retorno e volatilidade maiores. Há ainda as estratégias de renda variável e previdência com foco em valor e de longo prazo, além dos offshore.

Qual sua estratégia para os fundos multimercados?
Nossos fundos não seguem estratégias macro convencionais. São fundos de baixa volatilidade e baixo risco, voltados para clientes que procuram rentabilidade e segurança. A estratégia inclui operações de arbitragens de ações, financiamento de termo, renda fixa pública federal e letras financeiras de bancos de primeira linha. Não temos estratégias ativas em curvas de juros, câmbio e mercados internacionais. Só assumimos risco nos fundos de renda variável.

Como o senhor vê o impacto da desaceleração econômica global sobre o Brasil?
O Brasil irá sofrer com a desaceleração do mundo, pois é exportador de commodities. Uma desaceleração prejudica a demanda por este tipo de produto, nos preços e no desempenho da economia brasileira. A escala disto é que será a dúvida. Não haverá impacto em tudo. É preciso analisar caso a caso.

Quais as perspectivas para o setor de serviços, visto que não se espera um crescimento significativo da renda brasileira nos próximos anos?
Cada alta da Selic demora de seis a oito meses para fazer efeito na economia. Seu efeito ainda não está precificado. Juros elevados reduzem demanda e emprego. Por outro lado, o governo tem estimulado a renda com bolsas e auxílios, o que provoca efeito oposto. É cedo para dizer o que vai acontecer quando as duas forças entrarem em campo, pois depende da magnitude do efeito de cada uma. É como um motorista acelerando um carro ao mesmo tempo em que mantém o freio de mão puxado.

NOTAS

FIAGRO DA SUNO NEGOCIA R$ 10 MILHÕES NA ESTREIA

A Suno informou na terça-feira (16) que seu fundo dedicado ao agronegócio (Fiagro) lançado no início do mês com o código SNAG11 registrou um volume de negócios de R$ 10,3 milhões no pregão de estreia, no dia 8 de agosto. Na primeira semana, o Fiagro registrou transações de R$ 15,3 milhões. O investimento do mesmo segmento que aparece na segunda posição foi o RURA11, com R$ 5 milhões negociados no pregão da B3.

INVESTO RECEBE APORTE DE R$ 40 MILHÕES DA VAN ECK

A Investo, gestora de ativos especializada em Exchange Traded Funds (ETFs), recebeu R$ 40 milhões em aportes no seu capital na segunda-feira (15). A companhia informou ainda que a Van Eck, gestora internacional de ETFs e fundos mútuos foi um dos principais participantes da rodada de captação. Os recursos serão usados pela Investo para dar escala às operações e reforçar a carteira de produtos, incluindo ações, renda fixa e criptoativos.

CARIOCA FUSE CAPITAL APOSTA EM STARTUPS

A Fuse Capital, gestora carioca especializada em fundos alternativos, informou na segunda-feira (15), que começou a captação do Fuse Capital Fund II. O fundo terá como foco investimentos em startups do universo web 3.0, modelo de internet que incorpora conceitos de descentralização, blockchain e tokenomics. A expectativa é de que a captação levante US$ 50 milhões. A companhia disse que espera explorar o setor de forma mais assertiva.

EM ATA
15,3% 

Foi a alta das vendas do varejo em julho, sem descontar a inflação, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado na segunda-feira (15). Mesmo com o avanço, o número representa uma desaceleração na comparação com junho, quando o indicador subiu 22,8%. “Os segmentos mais ligados ao período de férias, como Turismo e Transporte, contribuíram para o crescimento do varejo”, disse o gerente de produtos de dados da Cielo, Diego Adorno.

EM BAIXA
1,28% 

Foi a queda da inflação na segunda quadrissemana de agosto, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV). A maior contribuição para o resultado foi do grupo transportes, cujos preços caíram 4,99%. No segmento, o destaque vai para a passagem aérea, que mostra uma queda de 29,33%. O setor de alimentação se manteve com a maior alta. Os preços subiram 0,85%, desacelerando em relação à alta de 1,40% da quadrissemana anterior.