O governo deve apresentar nesta quarta-feira, 30, uma parte do pacote do ministro da Economia, Paulo Guedes, da fase pós-reforma Previdência – aquela relativa à liberação de recursos para Estados e municípios. De acordo com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), a proposta será batizada como “Plano Mais Brasil”.

Os cinco eixos do pacote de Guedes foram revelados pelo Estadão/Broadcast. Dois deles devem estar na proposta formalizada nesta quarta: o chamado DDD (desvincular, desindexar e desobrigar) para tirar as “amarras” dos gastos do Orçamento e uma nova divisão dos recursos de Estados e municípios, com repartição da arrecadação do pré-sal.

A apresentação do pacote, no entanto, ainda depende de um entendimento em torno da reforma tributária. O ministro Paulo Guedes, disse Bezerra, quer ver essa pauta avançar. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vai tentar convencer senadores a aceitar a proposta de uma comissão mista de Câmara e Senado para fechar um texto comum. A sugestão, como já mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, é rejeitada pelo relator da tributária no Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA).

Outros pontos do pacote de Guedes, como a PEC emergencial para cortar gastos obrigatórios e a reforma administrativa, ficarão para depois. O governo ainda não decidiu se apresentará uma PEC emergencial no Senado ou aproveitará a proposta já em tramitação na Câmara. A reforma administrativa, disse Bezerra, será apresentada na semana que vem.

O pacote de quarta vai surpreender positivamente, prometeu o líder do governo. “A proposta vai criar um novo volume de partilha, vai surpreender o número da partilha com Estados e municípios. A partir de agora, cada um cuida de si”, afirmou Bezerra em entrevista no Senado. Ele adiantou que a proposta vai trazer mecanismos de autonomia dos entes federativos para que a União fique livre de socorrer Estados e municípios quebrados financeiramente.

“Vai ser um pacote muito estruturante, acho que vai surpreender de forma positiva. Vamos caminhar com desvinculação, desindexação, desobrigação, a criação do Conselho Fiscal da República para o Judiciário não estar tomando decisões que levem a um desequilíbrio fiscal”, afirmou o líder do governo. Outro ponto, citou, é estabelecer que nenhum recurso não previsto no orçamento pode ser liberado.