A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou uma nota lamentando profundamente o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e também a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A entidade afirma que Moro cumpriu seu papel, garantindo a independência da Polícia Federal durante todo o período que ocupou o cargo.

Para a diretoria da entidade, independentemente de quem ocupe a pasta e o comando da PF, a instituição precisa manter sua linha de autonomia e independência nos trabalhos e investigação.

“A Fenapef sempre defendeu que a Polícia Federal é uma polícia de Estado e não de governo e, por isso, acredita e defende que jamais a instituição deve ser atingida por interferências políticas”, destaca o comunicado.

Para o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, o presidente da República tem o direito de fazer alterações em sua equipe, mas isso não significa qualquer tipo de interferência nas investigações criminais da Polícia Federal. “E garantimos que não irá ocorrer”, diz.

Com relação a Maurício Valeixo, a Fenapef diz que havia uma situação de tensão que se arrastava desde 2019, com o anúncio de sua possível saída. A entidade diz que “ainda assim, Valeixo, um profissional sério e dedicado à Polícia Federal, manteve seu compromisso com os policiais federais até sua exoneração”.

A nota afirma que os quase 15 mil policiais federais, assim como toda a sociedade, esperam que as mudanças realizadas nesta sexta-feira, 24, não alterem os valores e a missão da Polícia Federal, que é “exercer as atribuições de polícia judiciária e administrativa da União, a fim de contribuir na manutenção da lei e da ordem, preservando o estado democrático de direito”.

Pressão

Em pronunciamento hoje, o agora ex-ministro da Justiça relatou que sofre pressão desde o ano passado pela substituição de Valeixo, exonerado nesta manhã. Para Moro, Bolsonaro não apresentou justificativas apropriadas para a mudança na PF e deixou claro que faria uma escolha política ao escolher o substituto, o que comprometeria o trabalho da instituição e a credibilidade do governo.