O Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou nesta terça-feira (22) que ordenou ao grupo Credit Suisse reforçar sua política de combate à lavagem de dinheiro depois de constatar “insuficiências” nos procedimentos de suas operações nos Estados Unidos.

O Fed deu 90 dias para a entidade adotar um plano para reformar e reforçar sua política de combate à lavagem de dinheiro, segundo o acordo publicado pelo banco central americano.

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O grupo Credit Suisse se disse “satisfeito por concluir” este consenso com o Fed e os serviços financeiros do departamento de Nova York (DFS) e afirmou que “cumprirá com todas as disposições do acordo pontualmente e exaustivamente”, segundo um comunicado transmitido à AFP por um porta-voz.

“O banco já está implementando um grande plano para melhorar seus procedimentos, seus processos e sua vigilância BSA/AML em sua sucursal de Nova York”, acrescenta o texto.

O grupo afirma também que “este plano coincide essencialmente com as exigências do acordo” anunciado pela Fed nesta terça-feira.

O banco central americano exige também uma vigilância reforçada das atividades potencialmente ilícitas e que o Credit Suisse faça relatórios regulares sobre seus progressos.

Segundo os termos deste acordo, o plano do Credit Suisse “deve proporcionar um marco de governança duradoura que pelo menos aborde, leve em conta e inclua ações destinadas a melhorar as políticas, processos e controles para conformidade BSA [Ato de sigilo bancário, ndr) / AML (anti-lavagem de dinheiro, ndr] através das operações americanas”.

O Fed acrescenta, no entanto, que esses requisitos não devem se limitar unicamente às atividades dos EUA.

Até o momento, o Credit Suisse não emitiu nenhuma reação sobre essa questão.

Em dezembro de 2016, a entidade foi multada com 16,5 milhões de dólares nos Estados Unidos por eventos semelhantes.

Naquele momento, foi acusada de não ter detectado transações ilegais efetuadas por entidades não registradas nos órgãos reguladores americanos entre janeiro de 2011 e setembro de 2013.

A autoridade de regulamentação financeira (Finra) explicou que 55 milhões de ações de empresas de porte médio mudaram de mãos neste período entre entidades estrangeiras através do Credit Suisse, sem que isso fosse relatado às autoridades.