O Federal Reserve (Banco Central americano) manteve as taxas de juros de referência em níveis ultrabaixos nesta quarta-feira (17), enquanto melhorou fortemente suas previsões para o crescimento nos Estados Unidos em 2021, em vista de uma “retomada crescente da atividade econômica e do emprego”.

O Fed espera um crescimento de 6,5% do PIB este ano e de 3,3% em 2022, enquanto em dezembro antecipava 4,5% e 3,2% respectivamente, antes de a campanha de vacinação começar a avançar e da adoção do plano de estímulo econômico de 1,9 trilhão de dólares no país.

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O BC americano também considera que a taxa de desemprego vai cair a 4,5% este ano, antes de alcançar 3,9% em 2022.

Enquanto isso, a inflação, que preocupa os mercados, atingirá 2,4% em 2021 antes de baixar a 2% em 2022, segundo as previsões do Fed.

Consequentemente, mais membros do Comitê de Política Monetária (FOMC) querem aumentar as taxas mais rápido do que o previsto, após mantê-las a quase zero por um ano.

Mas o organismo destacou que manterá as taxas até que o pleno emprego seja alcançado.

“Os indicadores que medem a atividade econômica e o emprego se recuperaram recentemente, embora os setores mais afetados pela pandemia continuem frágeis”, informou o organismo.

Segundo a entidade diretora da política monetária, só em 2023 os Estados Unidos podem voltar a uma taxa de desemprego de 3,5% como tinha em fevereiro de 2020, antes da pandemia.

O Fed destacou, assim como fez em dezembro, que segue “comprometido a utilizar todo o leque de ferramentas à sua disposição para sustentar a economia nestes tempos difíceis”.

“O ritmo da economia dependerá da evolução do vírus, inclusive os progressos no campo da vacinação”, acrescentou.

– “Pelo tempo necessário” –

 

O Fed sustentará a economia “pelo tempo que for necessário”, assegurou o presidente do BC americano, Jerome Powell, destacando que os Estados Unidos ainda estão longe de se recuperarem do impacto da pandemia.

“A economia está longe dos objetivos nos setores de emprego e inflação e será preciso tempo para que novos progressos substanciais sejam realizados”, destacou durante coletiva de imprensa após a reunião do FOMC.

Em meio a especulações sobre um retorno da inflação nos próximos meses, os mercados se perguntavam sobre um possível aumento das taxas de juros para evitar pressões sobre os preços.

Mas Powell o descartou antes do encontro desta semana.

Elevar as taxas de juros muito rapidamente frearia a reativação e, finalmente, o retorno do pleno emprego, um dos objetivos do banco central americano.

Após a decisão do Fed, a bolsa de Nova York encerrou no azul, com o Dow Jones e o S&P 500 voltando a registrar recordes no fechamento.

O índice Dow Jones subiu 0,58%, situando-se pela primeira vez acima dos 33.000 pontos no fechamento, a 33.015,37 pontos.

O tecnológico Nasdaq se recuperou dos números negativos no início da sessão e fechou em alta de 0,40%, a 13.525,20 unidades, enquanto o S&P 500 alcançou um novo recorde: 3.974,12 pontos (+0,29%).