O presidente da unidade de Minneapolis do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Neel Kashkari, disse, na noite desta quarta-feira, 16, que, em caso de uma crise econômica, a instituição tem menos espaço hoje para cortar juros do que tinha há dez anos, no auge da crise financeira. A declaração foi dada em meio a um debate na Hunter College, em Nova York, sobre o estado do sistema financeiro após uma década da turbulência global. Kaskhari defendeu que hoje o sistema financeiro está mais seguro.

“Se houver uma recessão ou se houver uma crise, normalmente o que o Fed faz é reduzir os juros para tentar estimular a economia. E as taxas hoje estão mais baixas do que há dez anos. Então vão dizer que o Fed tem menos espaço para cortar os juros do que tinha há dez anos, e isso é verdade. Mas temos outras ferramentas para estimular a economia, como a compra de ativos (quantitative easing).”

Durante o debate, Kashkari ainda disse que, embora tenha sido um firme opositor do aumento dos juros até agora, poderá mudar de opinião. “Não me oponho a aumentar as taxas para sempre, mas quero ver evidências de que a economia dos EUA está em potência máxima (firing on all cylinders)”, disse Kashkari. Segundo ele, quando as evidências sustentarem o aumento das taxas, ele apoiará o aperto monetário.

Kashkari também argumentou que se a inflação permanecer baixa apesar de um forte mercado de trabalho, o Fed pode adiar o aumento do custo de empréstimos de curto prazo.