Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) – As autoridades do Federal Reserve devem ao menos indicar o início das discussões sobre quando e como sair das políticas da era de crise que o banco central dos Estados Unidos adotou no início da pandemia de coronavírus no ano passado.

Com a inflação nos EUA subindo mais rápido do que o esperado e a previsão de que a economia crescerá no ritmo mais forte em décadas neste ano, algumas autoridades começaram a questionar se o Fed deveria manter sua taxa referencial de juros de curto prazo perto de zero e deixar inalterado o programa de compra de títulos adotado devido ao impacto da pandemia.

Mas os EUA ainda têm 7,5 milhões de vagas de trabalho a menos do que início de 2020, e a reabertura de escolas e uma série de áreas públicas ainda está em andamento.

As infecções diárias e mortes por coronavírus caíram, mas apenas cerca de metade dos que têm mais de 12 anos foram totalmente vacinados, abaixo do que os epidemiologistas dizem ser necessário para eliminar o risco de futuros surtos localizados.

Como resultado, qualquer mudança na política monetária deve demorar meses, conforme o Fed equilibra uma variedade de riscos.

O comunicado do banco central, a ser divulgado com novas projeções econômicas às 15h (horário de Brasília), deve errar pro lado de continuar com o suporte do Fed para a economia até que mais trabalhadores estejam de volta ao trabalho. O chair do Fed, Jerome Powell, dará entrevista à imprensa.

Tanto mudou nos últimos meses –e pode começar a mudar com mais rapidez –que analistas esperam que o Fed ao menos reconheça o início das discussões que irão eventualmente levar a um plano para primeiro reduzir as compras mensais de títulos de 120 bilhões de dólares a zero, e depois começar a aumentar os juros.

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