Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) – O Federal Reserve concluirá sua última reunião de política monetária do ano nesta quarta-feira em meio a uma queda inesperada na inflação, um consenso em torno de um ritmo mais lento de aumento dos juros e com os mercados preparados para a interrupção do aperto monetário.

As autoridades do Fed sinalizaram nas últimas semanas que elevarão sua taxa de juros em 0,5 ponto percentual em sua reunião de dois dias nesta semana, recuando depois de quatro aumentos consecutivos de 0,75 ponto, em um reconhecimento de que os juros estão se aproximando do nível necessário para desacelerar a economia e conter a inflação.

Junto com o comunicado de política monetária, que será divulgado às 16h (horário de Brasília), as autoridades informarão novas projeções mostrando a que distância o ponto final pode estar. Isso após a divulgação na terça-feira de dados de inflação nos Estados Unidos em novembro favoráveis ao mercado desencadeando apostas nos mercados de ações e títulos de que o ponto final pode estar mais próximo do que o esperado.

Integrante do BCE vê espaço limitado para reduzir ritmo de aperto monetário

Após o aumento esperado de 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira, a taxa de juros ficará na faixa de 4,25% a 4,50%. Os investidores em contratos atrelados à taxa de juros agora veem o Fed recuando para altas de 0,25 ponto em fevereiro e março, deixando a taxa abaixo de 5% no ponto de parada.

O chair do Fed, Jerome Powell, dará entrevista à imprensa às 16h30 para dar mais detalhes sobre a decisão de política monetária e sobre o que pode acontecer nas próximas reuniões.

O foco deve recair principalmente sobre as novas projeções econômicas que marcarão uma nova fase no debate de política monetária do Fed. Com o pico da taxa de juros perto, as novas projeções mostrarão tanto o progresso esperado da inflação ao longo do ano quanto o custo que juros mais altos podem ter em termos de aumento do desemprego e crescimento econômico mais lento – questões que podem começar a pressionar o consenso atual do Fed.

(Reportagem de Howard Schneider)

tagreuters.com2022binary_LYNXMPEIBD0IS-BASEIMAGE