O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mostra, na ata da última reunião publicada nesta quarta-feira, 12,, que continua a avaliar que a inflação nos Estados Unidos está “elevada”, diante de fatores como desequilíbrios entre a oferta e a demanda, os preços de energia e outras pressões mais amplas sobre os preços. Nesse contexto, o documento menciona que mais altas nos juros “continuam a ser apropriadas” nas próximas reuniões do BC, a fim de levar a inflação de volta à meta de 2%.

Os riscos à perspectiva de inflação “estavam voltados para cima”, diz o documento. Alguns dirigentes notaram que tensões no mercado de trabalho, uma nova rodada de altas nos preços de energia globais, problemas em cadeias produtivas e um maior repasse de avanço nos salários para os preços seriam choques potenciais, que, caso se materializem, “poderiam compor um problema já desafiador para a inflação”. Vários participantes comentaram que uma espiral entre salários e preços ainda não ocorreu, “mas citaram seu possível surgimento como um risco”.

Os dirigentes acreditam, de qualquer modo, que as expectativas de inflação no mais longo prazo “continuam bem ancoradas”, e ressaltaram que a postura de aperto do Fed deve contribuir para manter esse quadro.

A ata ainda mostra que alguns dirigentes comentaram que um período mais prolongado de inflação elevada aumentaria o risco de desancoragem nas expectativas de inflação, tornando muito mais custoso contê-la.

O documento também destaca os efeitos da guerra na Ucrânia. Segundo a ata, esse conflito provoca mais riscos de alta à inflação. O Fed ressalta que está atento a esses riscos.