O Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) anunciou nesta quarta-feira (15) que vai acelerar a retirada de estímulos da economia norte-americana.

Sinalizando que sua meta de inflação foi cumprida, a autarquia disse que encerrará em março suas compras de títulos adotadas durante a pandemia, pavimentando o caminho para três aumentos de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros até o fim de 2022, em consonância com o encerramento de políticas monetárias implementadas no início da crise sanitária.

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Em novas projeções econômicas divulgadas após o término da reunião de política monetária de dois dias, as autoridades previram que a inflação ficará em 2,6% no próximo ano, em comparação com a taxa de 2,2% projetada em setembro. Além disso, a taxa de desemprego cairia para 3,5%.

Como resultado, a mediana das projeções dos integrantes do Fed mostra que a taxa de juros de um dia de referência do Fed precisaria ser elevada de seu nível atual, próximo de zero, para 0,90% até o fim de 2022, com aumentos contínuos em 2023 (para 1,6%) e 2024 (para 2,1%) para levar a inflação de volta à meta de 2% do banco central.

Compra de ativos

Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, a redução dos estímulos à economia veio mais forte do que era esperado pelo mercado. “O Fed dobrou o ritmo do tapering e a perspectiva é que o programa de compra de ativos acabe em março de 2022. Uma coisa que veio diferente da expectativa do mercado é que o Fed espera 3 hikes em 2022 enquanto o mercado esperava 2”, afirma.

Ele pondera, entretanto, que mesmo assim a reação foi positiva, já que a direção de segurar os investimentos já estava sinalizada. “O mercado está reagindo bem porque a maior parte já era amplamente esperada, apesar de uma subida de juros a mais, os mercados estão absorvendo bem essas informações”, explica.

Taxa de Juros

Como já era esperado pelo mercado, a taxa de juros foi mantida entre 0% e 0,25%. A expectativa é que, depois que o programa de compra de títulos for encerrado, deve ocorrer um aumento das taxas de juros.

“Segundo os últimos dados econômicos divulgados nos Estados Unidos e seguindo a política monetária do Jerome Powell, presidente do Fed, a tendência é que as taxas de juros sejam mantidas até 2023 assim como os pacotes econômicos, pelo menos até o primeiro semestre de 2022”, avalia Rodolfo Consenzzo, hedge da área de mercados internacionais na Top Gain.