SÃO PAULO (Reuters) – O setor bancário considera que o ano de 2023 será “desafiador” e que a tendência da inadimplência é seguir em deterioração, em meio ao ambiente de alta de juros, inflação elevada e falta de racionalidade no debate político, o que gera dúvidas sobre o quadro fiscal e a continuidade das reformas no país.

Apesar disso, o presidente da Febraban, Isaac Menezes Ferreira, afirmou durante evento do setor de telecomunicações em Brasília que o setor bancário “não está com projeções de que a inadimplência vai se deteriorar de forma a perdemos o controle sobre ela”.

“A dúvida é se a inadimplência vai ficar acima do que esperávamos”, acrescentou.

Segundo ele, as eleições trazem a perspectiva de retomada da agenda de reformas estruturais, como a tributária, mas o debate político atualmente não tem sido marcado por racionalidade nessa questão.

“Novos governos, governo renovados, começam com capital político maior e forte apoio popular para comandar uma agenda de reformas”, disse Ferreira. “A nossa percepção é que o governo que vai se eleger em outubro, seja reeleição ou uma nova eleição, retome a agenda de reformas. Isso é fundamental e não haverá alternativa para quem assumir o comando do país.”

(Por Alberto Alerigi Jr.; edição de André Romani)

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