A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que a carteira de crédito cresça 0,5% em abril. Se tal variação for alcançada, será o melhor resultado para o mês desde 2014, quando a alta foi de 0,7%, mostra pesquisa da entidade, que representa os bancos no País, divulgada nesta terça-feira.

Além disso, abril pode ajudar a impulsionar o crescimento do crédito no Brasil. Caso a estimativa da Febraban seja confirmada pela próxima Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central (BC), o ritmo de expansão da carteira voltará a acelerar em 12 meses, passando de 14,5% para 15,0%.

O gatilho para o desempenho no mês de abril deve vir, conforme a Febraban, do crédito às famílias, com crescimento de 1,0% e desempenho positivo, tanto nas linhas que utilizam recursos direcionados (+1,0%) como nas chamadas livres (+1,1%). Em contrapartida, a carteira pessoa jurídica deve ter retração de 0,3% em abril após alta expressiva em março, de 3,0%. Pesará, sobretudo, o recuo da carteira livre (-0,2%) em meio a questões sazonais.

“O processo de reabertura de atividades econômicas ao longo do mês de abril, com a adoção de medidas menos rígidas de distanciamento social, deve beneficiar especialmente a carteira pessoa física livre”, afirma o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.

Segundo ele, é esperado desempenho positivo tanto no crédito pessoal quanto nas linhas mais ligadas ao consumo, como cartão de crédito.

A pesquisa da Febraban aponta ainda que as concessões de crédito tiveram queda mensal de 7,5% em abril. Aqui, novamente, conforme a entidade, o desempenho reflete questões sazonais no âmbito do crédito pessoa jurídica e o menor número de dias úteis em relação a março. Se ajustado o volume médio de concessões por dia útil, pondera a Federação, o resultado seria uma expansão de 6,3% ante o mês anterior, sinalizando que a oferta de crédito segue avançando.

A Pesquisa Especial de Crédito da Febraban leva em conta dados consolidados dos principais bancos do País, que têm em mãos de 38% a 89% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional e é divulgada mensalmente pela entidade.