O comprimido contra a covid-19 desenvolvido pelo laboratório MSD é eficaz no tratamento do vírus, mas não é recomendado para uso em mulheres grávidas, disse a Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) em um relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira (26).

A publicação vem antes de uma reunião do comitê de especialistas da FDA marcada para 30 de novembro, na qual as recomendações para autorização de emergência do medicamento, chamado molnupiravir, serão revisadas.

Se aprovado, esse medicamento representaria um avanço na luta contra a pandemia, ao permitir que as formas graves da doença fossem reduzidas com bastante facilidade.

Em seu relatório, a FDA considera que o molnupiravir é eficaz em pacientes com covid-19 e em risco de hospitalização. No entanto, indicou que o comitê não recomenda a autorização do molnupiravir em mulheres grávidas, considerando que “não há cenário clínico em que os benefícios superem os riscos” nesta população.

Embora grávidas não tenham sido incluídas no ensaio clínico da MSD, a FDA baseia sua recomendação nos resultados do estudo em ratas e coelhas grávidas, alguns dos quais tiveram mais malformações do que nos grupos de controle.

Para seu pedido de autorização, a MSD confiou neste ensaio clínico que conduziu com seu parceiro Ridgeback Biotherapeutics em pessoas com casos leves a moderados de covid-19 e pelo menos um fator de risco agravante. Todos receberam o tratamento dentro de cinco dias dos primeiros sintomas.

A taxa de hospitalização ou morte em pacientes que receberam o medicamento foi de 7,3%, em comparação com 14,1% para aqueles que receberam placebo. Nenhuma morte foi observada em pessoas tratadas com molnupiravir, em comparação com 8 no segundo grupo.

Os resultados foram conclusivos o suficiente para que um comitê independente de vigilância de dados decidiu, em consulta com a FDA, abandonar o estudo prematuramente.

Os antivirais como o molnupiravir diminuem a capacidade de um vírus se replicar, desacelerando a doença.

A sua aplicação pode ter um duplo efeito: permitir que as pessoas já infectadas com coronavírus não desenvolvam sintomas graves e que as pessoas que estiveram em contato próximo com alguém infectado não desenvolvam a doença.