Um dos maiores desafios globais a ser enfrentado pela sociedade contemporânea é o de alimentar a população mundial que deve saltar dos atuais 7,7 bilhões para quase 10 bilhões de pessoas em 2050. Uma das soluções para atender essa demanda, segundo especialistas, passa pelo necessário aumento de produtividade com a utilização massiva de tecnologia em todos os elos do agronegócio. Na indústria de proteína animal, a tendência é a mesma. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o consumo isolado de carnes (bovina, suína e de aves) vai subir 10,9% até o ano de 2027, o que impulsionará o aumento de oferta global em cerca de 20%. “Sabemos da necessidade de fornecer proteína animal suficiente para uma população em rápido crescimento e a exigência de melhores custos ambientais de produção, que requer ciência inteligente e soluções inovadoras”, afirmou Maurício Adade, presidente da DSM América Latina. Com o uso intensivo de ferramentas disruptivas em seus processos, a companhia de origem holandesa registrou contínuos avanços, o que a levou a ocupar a primeira posição na categoria de nutrição do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2020.

O aquecimento do mercado já é uma realidade. Pelo balanço do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a produção total de carnes em 2019/2020 deve ultrapassar as 28,2 milhões de toneladas. Para o final da próxima década a expectativa é chegar a 34,9 milhões de toneladas de carnes, aumento de 23,8% considerando a década anterior. Impacto direto no setor de nutrição animal, que apresentou crescimento de médio de 2,49% de 2013 a 2018, e que no primeiro trimestre deste ano teve alta de 4,3% sobre mesmo período de 2019, alcançando a produção de 18,9 milhões de toneladas, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). Para o fim do ano, a estimativa é de crescimento de quase 4%, para 77,5 milhões de toneladas.

Maurício Adade Empresa: DSM América Latina Cargo: presidente principal realização da gestão: Investir em soluções disruptivas e apostar em estratégias impensáveis para o segmento, como vender produtos da marca no e-commerce do Magazine Luiza.

Com o aumento da demanda, a DSM América Latina assumiu compromissos audaciosos para a região. Após fechar 2019 com faturamento de 1,116 bilhão de euros, 65% provenientes do segmento de nutrição animal (contra 1 bilhão de euros em 2018) a meta é chegar a uma expansão 2,5 vezes acima da média do mercado, que tem registrado crescimento de 1,5% a 2% ao ano. Atualmente, a América Latina representa 12% dos negócios globais da companhia.

Para ganhar mercado, a DSM têm investido em diversas frentes globais e locais. Dentre elas, aquisições como a recente compra parcial do Grupo Erber, com sede na Áustria. O negócio, que inclui as empresas Biomin e Romer Labs, contribuirá para acelerar o crescimento da área de nutrição e saúde animal, com a ampliação da oferta de produtos. “É uma estratégia combinada que fortalece sinergias para impulsionamento de receita, atuação geográfica complementar e aumento da base global de clientes”, disse Adade. A transação foi avaliada em 980 milhões de euros, com múltiplo de cerca de 14 vezes o Ebitda de 2020. Os negócios adquiridos combinam vendas de aproximadamente 330 milhões de euros em todo o mundo.

“Sabemos da necessidade de fornecer proteína animal suficiente para uma população em rápido crescimento e a exigência de custos ambientais de produção, que requer ciência inteligente e soluções inovadoras” Maurício Adade, presidente da DSM América Latina.

Outra frente é o da sustentabilidade, uma preocupação essencial para qualquer indústria que queira crescer no mundo pós-pandemia da Covid-19. “Ao aplicar nossa ciência, inovação e liderança em sustentabilidade em apoio a estas áreas-chave, acreditamos que podemos fazer uma diferença substancial na indústria de proteína animal”, afirmou Adade. O recém-lançado movimento em prol da transformação do mercado, batizado “We Make It Possible” (em português, nós tornamos isso possível) é impulsionado por seis plataformas alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS/ONU). Melhorar o desempenho dos animais ao longo da vida; aprimorar a qualidade dos produtos reduzindo a perda e o desperdício de alimentos; reduzir as emissões geradas pelos animais de produção são algumas delas.

No Brasil, um importante movimento foi a aquisição da Tortuga em 2013. Com a transação, a DSM ampliou o portfólio de soluções voltadas para suplementação nutricional e vitamínica para bovinos, equídeos e pequenos ruminantes. Atualmente, os produtos são exportados para 17 países da América Latina, além de abastecer também o mercado interno por canais tradicionais e também via meios digitais. Neste ano, a decisão da companhia de vender produtos da marca no e-commerce do Magazine Luiza surpreendeu o mercado. A estratégia tem como pano de fundo facilitar o acesso de pecuaristas de todo o país a 20 dos seus principais produtos das linhas de suplementos nutricionais.

Com mais de 2 mil colaboradores na América Latina, o futuro da empresa está definido. “Nosso plano é continuar expandindo geograficamente para atender às necessidades sociais, ambientais e econômicas com soluções inovadoras que contribuam para o desenvolvimento sustentável de toda a sociedade”, disse Adade.

As melhores

1. DSM 476,38 PONTOS

2. PHIBRO 456,45 PONTOS

3. ICC BRAZIL 338,98 PONTOS