Unir o útil ao agradável tem feito muito sentido nesses momentos de dificuldade que a humanidade enfrenta desde o início de 2020. Ao serem forçadas a ficar mais tempo dentro de casa devido ao isolamento social imposto como medida de contenção à pandemia da Covid-19, milhares de pessoas passaram a olhar com mais critério para os seus eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos. A verificação de produtos defasados beirou a unanimidade. Quem teve possibilidade, foi às compras e renovou sua geladeira, fogão e lava-roupas. Antenada em inovação funcional e design, a americana Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e Kitchen Aid, registrou lucro de R$ 713,7 milhões ano passado (-2,8% em relação a 2019), equivalente a 7,73% da receita líquida consolidada no Brasil, que totalizou R$ 9,258 bilhões (+19,2% ante 2019). Resultado que somado às ações de desenvolvimento de produtos de qualidade, avanços na eficiência produtiva, um bom time, governança sólida e iniciativas de responsabilidade social renderam à Whirlpool o primeiro lugar na categoria eletrodomésticos e eletroeletrônicos do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO 2021.

“Sempre falamos que os consumidores fazem a experiência de uso dos produtos. E efetivamente foram fazer essa experiência [durante a pandemia] e viram que tinham produtos desatualizados”, afirmou João Carlos Brega, presidente da Whirlpool na América Latina, em entrevista recente. Com o maior interesse dos consumidores nos aparelhos domésticos, o desafio foi efetivar as vendas com as lojas físicas fechadas em boa parte do ano. A saída foi reforçar o varejo on-line, hábito de compra que o consumidor acentuou com as restrições de circulação. Segundo a empresa Neotrust/Compre&Confie, as vendas de eletrodomésticos no e-commerce movimentaram R$ 4,3 bilhões. O avanço da digitalização no setor e o auxílio emergencial concedido pelo governo influenciaram positivamente no resultado da empresa, segundo relatório de fechamento de 2020 da companhia.

JOÃO CARLOS BREGA EMPRESA: Whirlpool. CARGO: Presidente na América Latina. DESTAQUE DA GESTÃO: Ações de desenvolvimento de produtos com inovação e qualidade, avanços na eficiência produtiva, governança sólida e iniciativas de responsabilidade social. (Crédito:Divulgação)

As ações de responsabilidade social da Whirlpool no Brasil se destacaram com o Instituto Consulado da Mulher, da marca Consul, que celebrou 18 anos de atividades ano passado. A entidade seleciona, apoia e investe em mulheres empreendedoras ao oferecer assessoria na gestão de micronegócios e capacitações. Desde 2002, foram 1,2 mil empreendimentos assessorados. Somente em 2020, o projeto beneficiou direta e indiretamente 3.734 pessoas por meio de capacitação e consultoria de 456 projetos. A empresa já investiu R$ 35 milhões em responsabilidade social nos últimos anos, nos mais variados setores, como saúde, cultura, educação, esporte, meio ambiente, além de inovação e empreendedorismo.

Com os bons resultados de 2020 e a expectativa de retomada econômica, a Whirlpool vai aumentar sua capacidade de produção no Brasil, o que não acontecia havia uma década. Serão aplicados cerca de R$ 240 milhões na fábrica de máquinas de lavar roupas em Rio Claro (SP) e na unidade de refrigeradores, em Joinville (SC). Além disso, a empresa vai montar um novo centro administrativo na capital paulista. A Whirlpool possui ainda uma unidade fabril em Manaus (AM), quatro centros de tecnologia e três centros de distribuição.

“Pela primeira vez em dez anos falamos em aumento de capacidade. Sempre investimos em marca, desenvolvimento de tecnologia e produtividade, mas aumento de capacidade fazia tempo. Teremos avanços em refrigeração e lava-roupa. Serão gerados 3 mil empregos diretos e indiretos”, disse João Carlos Brega. As iniciativas são parrudas. O quadro de funcionários crescerá 30%.

“Sempre falamos que os consumidores fazem a experiência de uso dos produtos. E efetivamente foram fazer essa experiência [durante a pandemia] e viram que tinham produtos desatualizados” João Carlos Brega, presidente na América Latina.

No primeiro trimestre, as vendas da companhia na América Latina cresceram 35,4%, desconsiderando o impacto do câmbio, para US$ 732 milhões. No Brasil, no mesmo pe-ríodo, o mercado de linha branca teve crescimento de 11,64%, com a venda de 4 milhões de unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).

Apesar dos investimentos, a Whirlpool observa como obstáculos o aumento do valor de materiais como aço e resina, o que faz o preço dos produtos aumentar para o consumidor. Por isso, Brega tem feito pressão no governo federal para reduzir a alíquota de importação, principalmente do metal. E tem criticado a reforma tributária, que para ele não gera redução de custos para produção. “Nós, como sociedade, com o governo, precisamos avançar nas reformas para não ficarmos em voos de galinha”, disse o executivo.