08/10/2021 - 14:00
Unir o útil ao agradável tem feito muito sentido nesses momentos de dificuldade que a humanidade enfrenta desde o início de 2020. Ao serem forçadas a ficar mais tempo dentro de casa devido ao isolamento social imposto como medida de contenção à pandemia da Covid-19, milhares de pessoas passaram a olhar com mais critério para os seus eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos. A verificação de produtos defasados beirou a unanimidade. Quem teve possibilidade, foi às compras e renovou sua geladeira, fogão e lava-roupas. Antenada em inovação funcional e design, a americana Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e Kitchen Aid, registrou lucro de R$ 713,7 milhões ano passado (-2,8% em relação a 2019), equivalente a 7,73% da receita líquida consolidada no Brasil, que totalizou R$ 9,258 bilhões (+19,2% ante 2019). Resultado que somado às ações de desenvolvimento de produtos de qualidade, avanços na eficiência produtiva, um bom time, governança sólida e iniciativas de responsabilidade social renderam à Whirlpool o primeiro lugar na categoria eletrodomésticos e eletroeletrônicos do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO 2021.
“Sempre falamos que os consumidores fazem a experiência de uso dos produtos. E efetivamente foram fazer essa experiência [durante a pandemia] e viram que tinham produtos desatualizados”, afirmou João Carlos Brega, presidente da Whirlpool na América Latina, em entrevista recente. Com o maior interesse dos consumidores nos aparelhos domésticos, o desafio foi efetivar as vendas com as lojas físicas fechadas em boa parte do ano. A saída foi reforçar o varejo on-line, hábito de compra que o consumidor acentuou com as restrições de circulação. Segundo a empresa Neotrust/Compre&Confie, as vendas de eletrodomésticos no e-commerce movimentaram R$ 4,3 bilhões. O avanço da digitalização no setor e o auxílio emergencial concedido pelo governo influenciaram positivamente no resultado da empresa, segundo relatório de fechamento de 2020 da companhia.
As ações de responsabilidade social da Whirlpool no Brasil se destacaram com o Instituto Consulado da Mulher, da marca Consul, que celebrou 18 anos de atividades ano passado. A entidade seleciona, apoia e investe em mulheres empreendedoras ao oferecer assessoria na gestão de micronegócios e capacitações. Desde 2002, foram 1,2 mil empreendimentos assessorados. Somente em 2020, o projeto beneficiou direta e indiretamente 3.734 pessoas por meio de capacitação e consultoria de 456 projetos. A empresa já investiu R$ 35 milhões em responsabilidade social nos últimos anos, nos mais variados setores, como saúde, cultura, educação, esporte, meio ambiente, além de inovação e empreendedorismo.
Com os bons resultados de 2020 e a expectativa de retomada econômica, a Whirlpool vai aumentar sua capacidade de produção no Brasil, o que não acontecia havia uma década. Serão aplicados cerca de R$ 240 milhões na fábrica de máquinas de lavar roupas em Rio Claro (SP) e na unidade de refrigeradores, em Joinville (SC). Além disso, a empresa vai montar um novo centro administrativo na capital paulista. A Whirlpool possui ainda uma unidade fabril em Manaus (AM), quatro centros de tecnologia e três centros de distribuição.
“Pela primeira vez em dez anos falamos em aumento de capacidade. Sempre investimos em marca, desenvolvimento de tecnologia e produtividade, mas aumento de capacidade fazia tempo. Teremos avanços em refrigeração e lava-roupa. Serão gerados 3 mil empregos diretos e indiretos”, disse João Carlos Brega. As iniciativas são parrudas. O quadro de funcionários crescerá 30%.
“Sempre falamos que os consumidores fazem a experiência de uso dos produtos. E efetivamente foram fazer essa experiência [durante a pandemia] e viram que tinham produtos desatualizados” João Carlos Brega, presidente na América Latina.
No primeiro trimestre, as vendas da companhia na América Latina cresceram 35,4%, desconsiderando o impacto do câmbio, para US$ 732 milhões. No Brasil, no mesmo pe-ríodo, o mercado de linha branca teve crescimento de 11,64%, com a venda de 4 milhões de unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
Apesar dos investimentos, a Whirlpool observa como obstáculos o aumento do valor de materiais como aço e resina, o que faz o preço dos produtos aumentar para o consumidor. Por isso, Brega tem feito pressão no governo federal para reduzir a alíquota de importação, principalmente do metal. E tem criticado a reforma tributária, que para ele não gera redução de custos para produção. “Nós, como sociedade, com o governo, precisamos avançar nas reformas para não ficarmos em voos de galinha”, disse o executivo.