É invisível no céu noturno, mas acima de nós há uma nuvem de mais de 9 mil toneladas de lixo espacial – equivalente ao peso de 720 ônibus escolar. Esses destroços são compostos de partes de satélites antigos, bem como satélites extintos inteiros e corpos de foguetes.

Os destroços representam riscos para a Estação Espacial Internacional e ameaçam coisas que consideramos naturais na Terra, como previsão do tempo, GPS e telecomunicações. E esse é um problema que está piorando com mais e mais satélites sendo lançados a cada ano por empreendimentos como o SpaceX de Elon Musk.

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Uma missão vai testar a nova tecnologia desenvolvida pela empresa Astroscale para limpar detritos espaciais. A empresa testará a capacidade da espaçonave de capturar um satélite e trazê-lo para a atmosfera da Terra, onde se incendiará.

Como parte da missão, a empresa vai testar se a espaçonave pode pegar e acoplar o satélite enquanto ele cai pelo espaço a até 28 mil  km/h. Os testes contam com uma placa de encaixe magnética para se encaixar no satélite. A Astroscale disse que espera que todos os novos satélites sendo lançados tenham essa placa de acoplamento, permitindo que sejam removidos com segurança no final de sua vida útil. Além disso, a Astroscale disse que já assinou um acordo com a empresa de satélite de internet OneWeb.

A tecnologia que está sendo testada nesta missão visa a remoção de satélites ainda a serem lançados e não aborda o problema dos destroços que já estão no espaço. No entanto, a empresa está trabalhando com a JAXA, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, em seu primeiro projeto de remoção de entulho. Outras agências espaciais, instituições e empresas também estão trabalhando em tecnologia para remover lixo espacial.

ClearSpace 1, a missão da Agência Espacial Europeia para remover lixo espacial da órbita, tem lançamento previsto para 2025. Esta missão usará quatro braços robóticos para capturar os destroços.

Uma missão de demonstração em 2018 implantou com sucesso uma rede para apanhar lixo espacial, a primeira demonstração bem-sucedida de tecnologia de limpeza espacial.

Existem pelo menos 26 mil pedaços de lixo espacial orbitando a Terra que são pouco maiores que uma bola de beisebol e podem destruir um satélite com o impacto; mais de 500.000 do tamanho de uma bola de gude grande o suficiente para causar danos a espaçonaves ou satélites; e mais de 100 milhões de pedaços de destroços do tamanho de um grão de sal que poderiam perfurar um traje espacial, de acordo com um relatório da NASA.

Na verdade, disse o relatório, os pedaços de lixo espacial que são mais perigosos para espaçonaves e satélites são freqüentemente os menores porque são pequenos demais para serem detectados e os operadores não são capazes de manobrar para evitá-los.