O dólar teve um dia de fortes oscilações nesta sexta-feira, 31, que marca o fechamento da semana, do mês e do trimestre. Além da tradicional briga em torno da definição da Ptax, a retirada de um volume significativo de swaps cambais e leilões de linha ampliou a volatilidade. Para terminar, dados domésticos e o setor externo também exerceram alguma influência, embora em segundo plano.

O dólar à vista no balcão terminou com queda de 0,56%, a R$ 3,1290, após oscilar entre a mínima de R$ 3,1225 (-0,76%) e a máxima de R$ 3,1785 (+1,01%). O giro registrado na clearing de câmbio da B3 – resultado da fusão da BM&FBovespa com a Cetip – foi de US$ 3,271 bilhões. Na semana, houve alta de 0,54%, enquanto no mês de março o dólar subiu 0,63%. Mesmo assim, no primeiro trimestre do ano houve queda de 3,79%. No mercado futuro, o dólar para maio recuava 0,77% por volta das 17h15, a R$ 3,1440. O volume financeiro somava US$ 22,623 bilhões.

Após operar com ganhos durante boa parte da manhã, o dólar virou bruscamente para o negativo poucos minutos depois da definição da Ptax, que ficou em R$ 3,1684, subindo 1,40% no dia e 1,29% no mês. Além disso, hoje o Banco Central tirou US$ 4,211 bilhões do mercado ao rolar apenas 57% dos contratos de swap cambial que vencem em 3 de abril. Ao mesmo tempo, a autoridade havia anunciado a oferta de até US$ 2 bilhões em leilões de linha, quando o vencimento nessa modalidade somava US$ 4,4 bilhões – ou seja, rolou menos da metade.

“A movimentação hoje se deu toda em torno da Ptax. Quem estava comprado exerceu muita pressão pela manhã e, passada a definição, saiu do mercado”, comenta o operador de uma corretora paulista. Nas máximas do dia, a cotação do dólar atraiu exportadores, que aproveitaram para fechar operações.

Na agenda econômica, os números não foram bons e podem ter colaborado para a queda do dólar no fim do dia. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,26% em janeiro ante dezembro, com ajuste sazonal. Já o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 23,468 bilhões em fevereiro.