A decisão do governo paulista de retroceder todos os municípios para fase vermelha nos dias 25, 26, 27 de dezembro e em 1,2 e 3 de janeiro para conter uma segunda onda de covid-19 deve beneficiar ainda mais supermercados neste final de ano. Como esses estabelecimentos comerciais vendem produtos essenciais, eles poderão funcionar nesses dias em detrimento de bares e restaurantes.

Antes da medida, os supermercados do Estado de São Paulo já projetavam um aumento nominal (sem descontar a inflação) de 8% nas vendas este mês em relação ao mesmo período de 2019, segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas). Desde o início da pandemia, por conta da essencialidade, os supermercado, ao lado das farmácias, têm registrado avanços importantes nas vendas comparado a outros segmentos do varejo.

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Ronaldo dos Santos, Presidente da Apas, acredita que o setor está preparado para atender a um fluxo maior de consumidores nos próximos dias em razão das restrições a bares e restaurantes. “Vai ter transferência de vendas para os supermercados, mas não acredito em falta de produtos. Pode ocorrer algo pontual.”

Apesar do otimismo do executivo, pesquisa da empresa Neogrid, que monitora a cadeia de suprimentos de 40 mil lojas no País, apontou que em novembro a falta de cerveja, especialmente as mais caras, beirou 20%, uma marca recorde.

Aglomeração

Outro impacto nos supermercados da restrição à abertura de bares restaurantes é o aumento de aglomerações. Antes de o governo paulista decidir pelo retrocesso à fase vermelha, pesquisas que avaliam o comportamento do consumidor já apontavam que uma grande fatia de brasileiros pretendia deixar as compras de alimentos e bebidas para a última hora. A intenção é conseguir um bom desconto no preço.