Com o governo federal empenhado na divulgação da cloroquina como possível tratamento para o coronavírus, a procura e venda do remédio explodiram no Brasil. Segundo dados da IQVIA, consultoria especializada em dados da saúde, o faturamento das farmácias com as vendas do remédio subiu 75% entre fevereiro e abril em relação aos três meses anteriores e cerca de 95% na comparação com o mesmo período de 2019.

De acordo com o UOL, as farmácias faturaram mais de R$ 30 milhões entre fevereiro e abril, enquanto que no consolidado de novembro do ano passado a janeiro foram cerca de de R$ 17 milhões.

+ Castigados pela pandemia, Brasil e EUA defendem cloroquina apesar da OMS
+ Veja o que se sabe sobre a cloroquina e a hidroxicloroquina no combate à COVID-19
+ Estudo com hidroxicloroquina será parado e medicamento reavaliado, diz OMS

Em janeiro houve 6.940 buscas envolvendo a hidroxicloroquina no “Consulta Remédios” e em maio a procura subiu para 488.152.

A falta de estoque afeta quem possui problemas reumáticos e lúpus, já que muitas pessoas estão com dificuldade em encontra o remédio. Além disso, nas últimas semanas o preço subiu 50% em média, saindo de R$ 40 para R$ 60 por uma caixa com 30 comprimidos, segundo dados da Associação de Lúpus e Doenças Reumáticas.

Na semana passada, a revista científica britânica The Lancet publicou um levantamento que mostra maior taxa de mortalidade para pacientes com coronavírus que tomavam cloroquina e hidroxicloroquina em relação a outros grupos.

Com preocupação em relação ao resultado do estudo, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse ontem (25) que seria paralisada a pesquisa sobre o uso da hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus. O próximo passo será reavaliar o medicamento.