A Johnson & Johnson (J&J) entrou em contato com as concorrentes rivais da vacina contra a Covid-19, pedindo-lhes que unissem forças para estudar os riscos de coágulos sanguíneos e falar a uma só voz sobre a segurança dos seus fármacos, mas a AstraZeneca foi a única que aceitou, segundo ‘Wall Street Journal’.

Como as preocupações aumentaram na semana passada com a repercussão de casos raros de coágulos sanguíneos, a J&J pediu à AstraZeneca, à Pfizer e à Moderna, que se unissem para analisar os relatórios sobre esta matéria, segundo fontes próximas do assunto, citadas pelo jornal.

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A J&J, através de e-mails e telefonemas, também procurou construir uma aliança informal para comunicar os benefícios e riscos das vacinas e responder a quaisquer preocupações levantadas entre o público pelos casos de coágulo sanguíneos, revelaram as mesmas fontes.

Executivos da Pfizer e da Moderna recusaram a oferta, dizendo que as suas vacinas pareciam seguras. A dupla também se opôs porque não viram a necessidade de duplicar os esforços de reguladores e empresas que já procuram casos de coágulos sanguíneos e investigam a causa, afirmaram as fontes dizendo que ambas tinham a preocupação que a segurança nas suas vacinas fosse ameaçada por associação às rivais, que revelaram problemas.

As mesmas fontes, citadas pelo WSJ, disseram ainda que apenas a AstraZeneca, que durante semanas foi apontada por problemas semelhantes de coágulos sanguíneos, concordou em unir-se à rival e colega J&J.

A J&J acredita que o intercâmbio científico colaborativo pode ajudar a responder a questões sobre a segurança dos pacientes, segundo um porta-voz da empresa, citado pelo WSJ. A farmacêutica está em conversações com autoridades de saúde nos EUA e na Europa sobre os dados relativos a estes eventos de coágulos sanguíneos.