Cerca de 12.000 famílias que se dedicam à pesca, agricultura e criação de animais foram afetadas pela erupção vulcânica e o tsunami ocorridos no arquipélago de Tonga, assinalou nesta sexta-feira (21) Xiangjun Yao, coordenadora sub-regional da FAO para as ilhas do Pacífico.

“Em um país onde cerca de 86% da população se dedica à agricultura, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês) acompanha com extrema preocupação as possíveis repercussões em todos os setores agrícolas, incluindo a pesca, a agricultura e a criação de animais, apesar da pouca informação disponível, já que as comunicações e o acesso continuam gravemente afetados”, informou a entidade em comunicado.

Trata-se de uma primeira e difícil avaliação devido à nuvem de cinzas que cobriu parte das ilhas após a erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai em 15 de janeiro, e aos danos causados pelo tsunami que se formou em seguida, explicou Yao na nota da FAO.

“É possível que os tubérculos, como a batata e o inhame, sejam afetados, mas é certo que também estão em perigo os cultivos de frutas e hortaliças de todo o arquipélago. A inundação com água salgada certamente afetou também as terras cultiváveis. E também há preocupação pela possibilidade de chuva ácida”, advertiu a agência das Nações Unidas.

Segundo as estimativas preliminares da FAO, entre 60% e 70% dos lares dedicados à criação de animais foram afetados, sobretudo porcos e aves, a principal fonte de alimentação nesta região.

A FAO trabalha há muitos anos em Tonga para ajudar a fortalecer a resiliência e a segurança alimentar e alocou um fundo para a avaliação de danos e a realização de algumas medidas de resposta inicial.

Tonga é um dos 14 pequenos Estados insulares em desenvolvimento do Pacífico.

A região é uma das mais expostas a catástrofes do mundo, com riscos naturais como ciclones, secas (em particular durante o fenômeno “El Niño”) e erupções vulcânicas, segundo dados da ONU.

Assim como Tonga, Vanuatu, Ilhas Salomão e Fiji estão entre os 15 países do mundo com maior risco de sofrer catástrofes naturais extremas, e são especialmente vulneráveis à mudança climática.