Moradores do Núcleo Ribeirão Verde, na zona leste de Ribeirão Preto, município do interior de São Paulo, foram obrigados a abandonar as casas para escapar de um queimada que destruiu 21 hectares de matas, no fim da tarde de quinta-feira, 7. O fogo, que atingiu área equivalente a 25 campos de futebol, queimou quintais e hortas e a fumaça invadiu as casas, mas ninguém ficou ferido. Em uma semana, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram 436 queimadas no Estado, média de 62 por dia. Em todo o mês de agosto, foram detectados 985 focos de fogo em mato.

O tempo seco, com calor acima da média, e a baixa umidade do ar facilitam a propagação do fogo. Na tarde desta sexta-feira (8), a umidade relativa do ar chegou a 13% em São José do Rio Preto e 15% em Ribeirão Preto, colocando as duas cidades em estado de alerta. Conforme a Defesa Civil estadual, a Organização Mundial de Saúde determina que os órgãos públicos sejam alertados para os riscos à saúde quando a umidade fica entre 12 e 20%, como aconteceu também em Presidente Prudente (15%) e Campinas (17%). A capital, com índice de 23%, entrou em estado de atenção, assim como Bauru (21%) e São José dos Campos (24%).

Entre a manhã de quinta e a desta sexta-feira, os incêndios atingiam 11 áreas protegidas estaduais e uma federal no Estado de São Paulo, produzindo 44 focos de queimadas, dez deles apenas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Sistema Cantareira, onde fica o conjunto de represas que abastece São Paulo.

No início da tarde de sexta, os bombeiros ainda combatiam um incêndio que atingiu o Morro do Elefante, um dos principais pontos turísticos de Campos do Jordão. Por causa das chamas e da fumaça, o teleférico que leva turistas do morro ao centro do bairro Capivari, precisou ser desligado. O serviço deve funcionar normalmente neste sábado (9).