O delegado Felipe Hayashi, da Polícia Federal, afirmou nesta sexta-feira, 3, que falsos bolsistas alvos da Operação Research eram “laranjas conscientes”. A PF investiga um esquema de desvio de recursos públicos destinados à Universidade Federal do Paraná que teria passado pelas contas dos falsos bolsistas.

A segunda fase da Research foi deflagrada nesta sexta para cumprir cinco mandados de prisão temporária contra uma funcionária aposentada da UFPR, sua filha e o genro e duas filhas de uma secretária da Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa da Universidade – já presa.

Foram apreendidos na nova fase da Research dinheiro em espécie, um veículo avaliado em R$ 80 mil e uma arma de fogo. Na primeira etapa da operação, a PF havia identificado 27 beneficiários formais que receberam, entre 2013 e outubro de 2016, R$ 7.351.133,10. Segundo o delegado, o dinheiro passava pelas contas dos falsos bolsistas antes de chegar aos destinatários finais.

“Todos esses falsos bolsistas tinham ainda que uma forma mínima a consciência da ilicitude. Eles emprestaram suas contas ou assumiram o risco de emprestar sem saber para qual finalidade seria utilizada. Nós entendemos que todos eles têm um grau de participação e vão responder aos crimes que estão sendo apurados”, declarou.

“Havia uma ajuda mútua. Essas pessoas ficavam com uma parcela pequena do recurso. Na sequência isso era destinado, então, os montantes maiores, aos destinatários finais.”

Os investigadores identificaram “três núcleos familiares agindo no sentido de cooptar falsos bolsistas”. As famílias, de acordo com a PF, eram as destinatárias finais dos recursos públicos desviados da Universidade Federal do Paraná.

“As duas servidoras agiram em conluio. Tem três núcleos familiares: o de uma das servidoras da PRPPG, o da outra servidora secretária, que agiam em conluio com seus familiares, mais a família de hoje. No nosso entendimento, eles eram os mentores dessa fraude. Foram destinatários finais dos recursos públicos desviados”, afirmou Hayashi.