Uma das dores de cabeça dos varejistas, as fraudes estão na mira de um novo produto do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A empresa programa para julho o lançamento comercial de um serviço baseado na tecnologia de reconhecimento facial, recurso disponível, por exemplo, no iPhone X, da Apple. Na prática, uma câmera instalada no ponto de venda do varejista irá capturar a imagem do cliente no momento da análise de crédito para a aquisição de um produto. O registro será enviado a um sistema do SPC Brasil, que fará uma leitura detalhada do rosto em questão, analisando elementos como formato dos olhos e tamanho da boca, para verificar a identidade do comprador e, assim, evitar que uma pessoa se passe pela outra.

 

Big Brother financeiro

Essas informações poderão ser cruzadas com os bancos de dados de informações financeiras do SPC e do próprio varejista. “O sistema roda em questão de segundos e aprimora a detecção de divergências, além de facilitar a verificação de autenticidade em análises futuras desse mesmo cliente, pois esses dados ficam arquivados”, diz Nival Martins, superintendente de bureau de crédito do SPC Brasil. A solução está em teste desde o início de 2018, por meio de projetos-piloto com cinco lojistas nas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Em um ano de operação, a meta é chegar a 3 milhões de faces cadastradas. Para isso, a companhia irá focar, inicialmente, redes de médio porte, com mais de 20 pontos de venda. O plano é concentrar a oferta em segmentos como eletroeletrônicos, celulares e móveis. “São os produtos mais visados e com tíquete médio maior”, afirma Martins.

(Nota publicada na Edição 1076 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Claudio Gradilone, Gabriel Baldocchi, Hugo Cilo, Luana Meneghetti, Márcio Kroehn e Moacir Drska)