Um relatório da Organização não Governamental (ONG) Global Witness, divulgado nesta segunda-feira (15), mostra que o Facebook permitiu publicações com desinformação relacionadas as eleições de 2022 no Brasil.

“Os anúncios continham informações falsas sobre a eleição, promovendo a data errada e métodos de votação falsos, o que poderia impedir as pessoas de votarem, e ainda questionava a integridade da eleição”, informou a Global Witness.

A ONG enviou dez anúncios que continham desinformação eleitoral e todos tiveram autorização para publicação pelo Facebook. “Todos os anúncios enviados violam as políticas de anúncios eleitorais da Meta e as diretrizes da comunidade”, afirma a ONG.

“Uma publicação que era direcionado a grupos indígenas e promovia a data errada da eleição foi inicialmente rejeitada com o argumento de que era um ‘anúncio sobre questões sociais, eleições ou política’. Mas apenas seis dias depois, sem nenhuma intervenção nossa, o anúncio foi aprovado sem explicação. Essa sequência de decisões do Facebook questiona seriamente a integridade de seus sistemas de moderação de conteúdo”, completa a Global Witness.

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Segundo a ONG, alguns anúncios questionam a integridade das urnas eletrônicas do Brasil, com mensagens parecidas com a narrativa do presidente Jair Bolsonaro de uma possível eleição roubada e preparando o cenário para contestar o resultado da eleição.

 “O Facebook deve enfrentar urgentemente a desinformação que prolifera em sua plataforma para evitar o risco de interferência eleitoral, desinformação, agitação e violência no Brasil”, disse Jon Lloyd, consultor sênior da Global Witness.

A Meta informou à ONG que está comprometida em proteger a integridade eleitoral no Brasil, com um canal direto com o Tribunal Superior Eleitoral para denunciar conteúdos prejudiciais.