Um relatório interno do Facebook recomenda que a empresa investigue a circulação de conteúdo violento na plataforma e no aplicativo WhatsApp, mas o documento orienta que a equipe foque nos Estados Unidos e no Reino Unido, apesar do problema também ter sido relatado no Brasil.

A percepção da empresa, de acordo com o relatório, é de que a circulação de conteúdo violento é muito maior no Facebook e no WhatsApp do que em plataformas como Instagram, TikTok e Twitter. As informações são da Folha de São Paulo.

A recomendação é que a divisão de integridade cívica se concentre no conteúdo que circula nos Estados Unidos e no Reino Unido.

No Brasil, segundo o documento, há a percepção de que desinformação, linguagem política incendiária, bullying e exploração de crianças são problemas muito maiores no Facebook do que em outras plataformas.

A empresa recomenda que uma equipe investigue por que o alcance de conteúdo de exploração infantil é maior no Facebook do que em outras plataformas no Brasil e na Colômbia.

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O texto de julho de 2020 diz que as declarações e mensagens políticas são desinformações com maior alcance na plataforma no Brasil.

Uma das principais críticas feitas ao Facebook é que a empresa negligencia a moderação de conteúdo em países vistos como menos importantes que os Estados Unidos, o Reino Unido e nações da União Europeia.

A Meta afirmou, em nota à Folha, que os resultados dessas pesquisas mostram a percepção das pessoas sobre o conteúdo que elas veem nas plataformas. Essas percepções são importantes, mas dependem de uma série de fatores, incluindo o contexto cultural.

Uma ex-funcionária disse, em abril, que o Facebook deixou de agir diante de líderes de países como Honduras, que usou a plataforma para fins autoritários. Segundo ela, a empresa resolveu não agir alegando que não valia a pena.