Mark Zuckerberg, diretor-executivo do Facebook, anunciou nesta quinta-feira (28) que a empresa-mãe da companhia passará a se chamar Meta para representar melhor todas as suas atividades. O nome de seus vários aplicativos vá ser mantido.

A mudança ocorre em um momento em que a gigante das redes sociais tenta se defender de uma de suas piores crises e, ao mesmo tempo, orienta suas ambições para a versão de realidade virtual “metaverso”, que considera o futuro.

Facebook, Instagram e WhatsApp manterão seus nomes na nova denominação do grupo.

“Aprendemos muito ao enfrentar questões sociais e viver em plataformas fechadas, agora chegou a hora de pegarmos tudo o que aprendemos e ajudar a construir o próximo capítulo”, disse Zuckerberg durante uma conferência anual de desenvolvedores.

“Estou orgulhoso de anunciar que a partir de hoje, nossa empresa é Meta. Nossa missão continua sendo a mesma, conectar as pessoas, e nossos aplicativos e marcas não vão mudar”, acrescentou.

Críticos do Facebook divulgaram informes na semana passada segundo os quais a troca de nome visava a distrair a atenção dos recentes escândalos e polêmicas que têm a rede social no centro.

Um grupo que se autodenomina “A verdadeira junta de supervisão do Facebook” alertou que grandes corporações, como por exemplo companhias petroleiras e de tabaco, mudam de nome para “desviar a atenção” de seus problemas.

“O Facebook acredita que mudar de nome os ajudará a mudar de assunto”, alertou o grupo na semana passada, acrescentando que o “verdadeiro problema” é a necessidade de supervisão e regulamentação.

O Facebook anunciou há dez dias planos para contratar 10.000 pessoas na União Europeia para desenvolver o “metaverso”, com Zuckerberg se colocando na vanguarda da promoção deste conceito.

– Momento de crise –

O Facebook luta contra uma nova crise desde que sua ex-funcionária Frances Haugen vazou estudos internos mostrando que os executivos sabiam do potencial dano que seus aplicativos causam sobretudo nos mais jovens, o que provocou um novo impulso nos Estados Unidos para regulamentar as atividades na web.

A rede social já tinha sofrido outras grandes crises, mas sua visão atual alimentou um frenesi de artigos mordazes e o escrutínio dos reguladores americanos.

“As críticas de boa fé nos ajudam a melhorar, mas na minha opinião, o que vemos é um esforço coordenado para usar seletivamente documentos vazados para criar uma imagem falsa da nossa empresa”, disse Zuckerberg na segunda-feira.

O jornal The Washington Post sugeriu no mês passado que o interesse do Facebook no metaverso é “parte de um impulso maior para reabilitar a reputação da companhia com os legisladores e reposicionar o Facebook para dar forma à regulação das tecnologias da Internet”.

A Google se renomeou de Alphabet em uma reconfiguração corporativa em 2015, mas seu motor de buscas e a publicidade online continuam sendo sua unidade-chave, apesar de ter se lançado em outras operações, como o desenvolvimento de carros autônomos Waymo e a unidade científica Verily.