As principais páginas cristãs do Facebook, nos Estados Unidos, foram administradas por fábricas de fake news, conhecidas como fazendas de trolls, localizadas no leste europeu, em 2019.

Mais de 75 milhões de usuários das páginas cristãs foram atingidos pelos grupos. As organizações criminosas que administravam as páginas estavam em países como Macedônia e Kosovo, de acordo com relatórios dos Facebook vazados pela MIT Technology Review, revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

As fábricas de fake news ganharam evidência nas eleições presidenciais dos EUA de 2016, quando milhares de notícias falsas foram compartilhadas no Facebook em sites e páginas criadas em países do leste europeu.

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O estudo do Facebook foi conduzido internamente antes das eleições presidenciais de 2020, segundo a revista. Em 2016, a Rússia foi apontada como um país que tentou manipular o resultado eleitoral usando a rede social.

“Nossa plataforma deu a maior voz na comunidade cristã americana a um punhado de maus atores, que, com base em suas práticas de produção de mídia, nunca foram à igreja”, explica o autor do relatório vazado, Jeff Allen, que já foi cientista de dados no Facebook.

A pesquisa mostra que as publicações polêmicas geram mais engajamento.

Muitas páginas não estão mais no ar, mas ainda não é possível saber se o conteúdo produzido pelas redes de fake news continua circulando na plataforma. “Nós capacitamos atores não autênticos que acumularam seguidores com propósitos totalmente desconhecidos”, disse Allen.