Depois dos traumas e desdobramentos das eleições dos Estados Unidos em 2016, o Facebook criou uma verdadeira sala de gestão de crise, as chamadas war room, para monitorar e evitar interferências nos pleitos do parlamento da União Europeia no próximo dia 23. A base foi montada em Dublin, capital da Irlanda, e contará com ao menos 40 jornalistas para detectar e analisar notícias falsas que possam desestabilizar o processo.

Ações semelhantes foram montadas em outras partes do mundo, como pleito legislativo nos Estados Unidos no ano passado, Brasil e Índia.

Durante as votações e nos dias seguintes, o batalhão de profissionais irá analisar as principais publicações em busca de sinais de manipulação, mentiras ou discursos de ódio. Segundo o jornal The Guardian, eles serão apoiados por uma rede de profissionais em outras partes do mundo com especialistas em inteligência, análise de dados e engenharia digital.

A sala de guerra terá representantes dos 24 idiomas oficiais da União Europeia e terá o reforço de profissionais que atuaram durante as eleições legislativas dos Estados Unidos, no ano passado.

De acordo com o Facebook, o combate será feito contra contas falsas e usuários reais que usam o feed para divulgação de material nocivo. Entre outubro de 2017 e novembro passado foram excluídas mais de 2,8 bilhões de contas falsas, informou a empresa.

Os usuários reais, também chamados de “maus atores”, representam os maiores desafios. Nas eleições na Espanha no mês passado foram descobertas contas que alcançavam 1,7 milhão de pessoas com conteúdos que violavam as regras do próprio Facebook.

Além dos profissionais, o Facebook anunciou um sistema de inteligência artificial para barrar as irregularidades de contas falsas e reais em todos os países que participação das eleições. “Haverá medidas diferentes postas em prática para diferentes países, dependendo do perfil de ameaça”, afirmou Richard Allan, vice-presidente de políticas públicas da rede social.