A pandemia revelou deficiências nas cadeias de abastecimento em todo mundo. Isso mostrou a necessidade de uma estratégia maior para o fornecimento bem-sucedido de itens como as vacinas da covid-19, que testará os fabricantes sobre as lições aprendidas durante esse período.

O chefe de carga da International Air Transport Association, Glyn Hughes, disse ao The Wall Street Journal que o mundo não está preparado para essa distribuição. Para ele, mesmo se existissem 50 milhões de doses disponíveis hoje, as pessoas teriam dificuldade de acesso por conta da logística.

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A necessidade deste preparo vem sendo abordada nos últimos meses com a aproximação do final de alguns testes de imunizações. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ressaltou que a carga aérea já desempenha um papel fundamental na distribuição de vacinas em tempos normais.

“Essa capacidade será crucial para o transporte e distribuição rápidos e eficientes das vacinas da covid-19, quando disponíveis, e não acontecerá sem um planejamento cuidadoso, liderado pelos governos e apoiado pelas partes interessadas da indústria”, destaca o comunicado.

A International Air Transport Association (Iata) também afirmou que os governos precisam começar um planejamento com as partes interessadas da indústria para garantir a preparação total quando as vacinas estiverem liberadas. A associação alertou ainda sobre as restrições de capacidade potencialmente graves no transporte de vacinas por via aérea.

Outro ponto destacado pela Iata é que, com a severa redução no tráfego de passageiros, as companhias aéreas reduziram as redes e colocaram muitas aeronaves em armazenamento remoto de longo prazo.

O fornecimento de uma única dose para 7,8 bilhões de pessoas ocuparia mais de 8 mil aviões de carga.

“O transporte terrestre ajudará, especialmente, em economias desenvolvidas com capacidade de manufatura local. Mas as vacinas não podem ser entregues globalmente sem o uso significativo da carga aérea”, finaliza a associação.