Ao lado do ministro da Saúde, Ricardo Barros, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente do Instituto Butantan, Jorge Kalil, anunciaram nesta manhã que o Instituto estará pronto para produzir a vacina contra a dengue até o fim deste ano. O prédio da fábrica ficará pronto até março e o funcionamento operacional vai estar concluído até o fim de 2017, disseram.

O presidente do Instituto Butantan afirmou que os testes da vacina contra a dengue estão “avançando muito bem” e envolvem atualmente cinco participantes. A produção da vacina começou em junho de 2016. Para Barros, o produto será a “jabuticaba” brasileira que resolverá “o problema mundialmente”.

Cinco mil pessoas estão participando dos testes experimentais para a vacina, conforme informou o secretário estadual da Saúde, David Uip. Ele destacou que não é possível estipular um prazo para que a vacina comece a ser oferecida no sistema público porque depende das pesquisas.

“Esses cinco mil vacinados, a maioria adultos, serão agora tratados estatisticamente. Se contarmos que repete os 80% de proteção com segurança da última fase, o Butantan submete aos órgãos reguladores. Caso aprovada, nós teremos uma fábrica pronta em atividade até o final do ano e teremos a produção”, disse Uip.

Financiamento

Tanto o ministro Ricardo Barros como o governador Alckmin afirmaram que o Brasil precisa de um novo modelo de financiamento da saúde. Barros afirmou que o governo em breve concluirá um entendimento para atração de R$ 6,4 bilhões de investimentos privados na saúde brasileira. Ele disse que o objetivo é que o governo não arque com os altos custos do sistema e foque em atenção básica.

Para Barros, o governo precisa fazer um “enfrentamento ideológico” na saúde ao valorizar os investimentos privados. Ele disse que o governo do presidente Michel Temer trabalha para informatizar o sistema, mas encontra grande “resistência” de técnicos que estão no serviço público. “Quando a tecnocracia discorda, impede de avançarmos na saúde dos brasileiros”, comentou.

Alckmin disse que é preciso mudar as formas de financiamento. Médico e provável candidato a presidente nas eleições de 2018, o tucano disse que “em poucos anos” o Brasil terá que encontrar outras formas de custear o serviço de saúde. “Precisamos ter coragem de dizer que não tem recursos e ter outras formas de financiamento”, falou.